São 9h da manhã de quarta-feira, 27 de julho. Fátima Lopes atende o telefone. Está na aldeia de Aigra Velha, na Lousã, para passar o dia com a única habitante daquele lugar. "Você não pode imaginar a felicidade que me dá fazer este tipo de conteúdos!". Uma reportagem que será, depois, emitida no "Caixa Mágica", o programa que marca o regresso da apresentadora à estação que a viu nasceu para a TV.

Fátima Lopes estreia-se no formato documental "Mudar Para Melhor", que chega à SIC Mulher este domingo, 31 de julho, às 12h30. A série, criada para o Empower Brands Channel, levou a apresentadora de norte a sul para conhecer (e dar a conhecer) uma das mais antigas atividades económicas do País: a pesca.

A primeira temporada de "Mudar Para Melhor" levou Fátima Lopes a ser, por um dia, mariscadora, pescadora e até mesmo bióloga marinha em locais de tradição piscatória como a ilha da Culatra, no Algarve, Sesimbra, ria de Aveiro, Matosinhos e Alvor.

O formato nasceu de um desejo antigo de Cristina Amaro, fundadora e presidente da Brands Community, de trabalhar com a apresentadora. Maria José Martins, diretora do Empower Brands Channel criou o formato, "um programa que se dedicaria às profissões que o nosso mercado precisa mas onde existe uma grande falta de mão de obra", explica Fátima à MAGG.

Em "Mudar Para Melhor", Fátima Lopes mostra como é que as profissões ligadas ao mar evoluíram, desde a práticas tradicionais até às mais recentes, com recurso a tecnologia e formação profissional específica. O objetivo desta série documental também é atrair pessoas para estas áreas, como explica Fátima Lopes. "Há uma série de coisas que mudaram. Muitas vezes, as pessoas não arriscam outras profissões, que até gostariam, por preconceito. Porque continuam a achar que é como antigamente ou porque os próprios pais são preconceituosos e acham que os filhos não podem ir para atividades que não sejam tão intelectualizadas. Mas essas atividades também são válidas e o curioso é que, às vezes, essas pessoas ganham mais do que outras em atividades intelectualizadas", salienta a apresentadora.

Veja um dos episódios de "Mudar para Melhor"

O salto do canal de YouTube para a SIC Mulher aconteceu porque a série "fez-se notar". "No meio televisivo, toda a gente percebeu que este produto existia e nós recebemos muitos elogios pela qualidade. Por ser um documentário muito bem feito, muito cuidado em termos de imagem, com muito cuidado na edição e no rigor jornalístico. E nós, sabendo a qualidade do produto que ali tínhamos, também fizemos as nossas ações para que conhecessem melhor o programa. Fizemos uma reunião com o diretor da SIC Mulher, que se mostrou muito entusiasmado com o projeto desde o primeiro minuto e disse que achava que era um projeto muito valioso para o canal", explica Fátima Lopes.

A apresentadora salienta que o objetivo do programa é dar "um contributo para a economia portuguesa" (o projeto tem o apoio da presidência da República) e que ter chegado à televisão é sinónimo de que "o que ali está, tem valor". "A mim, em particular, sendo este o meu primeiro registo em documentário, deixa-me muito satisfeita. Vale a pena o esforço com que é feito".

"Aprendi muito nos últimos dois anos da minha vida e hoje faço as escolhas de outra maneira"

Fátima Lopes saiu da TVI em janeiro de 2021, depois de 11 anos na estação de Queluz de Baixo. Em novembro desse ano, era anunciado o seu regresso à SIC, canal onde se estreou em televisão. O projeto "Mudar Para Melhor" nasceu nesse hiato, e Fátima considera que a tornou melhor apresentadora. "Tenho a certeza absoluta. Quando eu saio da televisão e não tinha, nessa altura, nenhum plano B. Este projeto aparece quando eu saio da televisão. Eu saí sem sonhos à volta da televisão, só sabia que não queria fazer aquilo que estava a fazer. Não me apaixonava, não me dava gozo, já não me identificava. Eu estava um bocadinho perdida de mim própria", relembra.

Fátima Lopes. "Tenho de aprender a não ser tão ingénua e a não ter tão boa fé"
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O "contacto com as pessoas", "mergulhar na realidade" do outro, eram as grandes paixões da apresentadora que, nesse interregno, se questionava: "Se a televisão voltar para a minha vida, o que é que me faz sentido?". O projeto do Empower Brands Channel, salienta, foi o projeto certo no momento certo. "O 'Mudar para Melhor' resgatou a minha paixão pela televisão. Lembro-me que, quando acabei o primeiro episódio, de me virar para a Maria José Martins e lhe dizer: 'é isto que eu quero fazer'. Por isso, vou sempre guardar este programa num lugar especial no meu coração".

O regresso de Fátima à estação de Paço de Arcos aconteceu, num primeiro momento, em dezembro de 2021, com a apresentação da "Gala dos Sonhos", da Associação Sara Carreira, e, em abril, com a estreia do programa "Caixa Mágica". Uma nova era para a apresentadora na SIC, que coincide com o 30.º aniversário da estação. "O balanço é muito positivo porque estou a fazer aquilo de que gosto. O 'Caixa Mágica' foi pensado como um programa de histórias com gente feliz".

Fátima Lopes
créditos: Instagram

A apresentadora reforça que está a fazer apenas o que lhe "faz sentido". "Só posso estar feliz. Já não sou uma pessoa obcecada com as audiências, como era há uns anos. Estou noutra frase da minha vida, em que tenho é de me sentir feliz com aquilo que estou a fazer. E se isso for um produto que tenha dignidade, a elevação que se exige, que dê aos convidados o palco que eles merecem. Porque não é suposto ser eu a estrela nestas reportagens. Os meus convidados é que têm de ser as estrelas e isso está a acontecer", afiança Fátima, acrescentando: "Só posso ter um balanço positivo porque estou a fazer as coisas de acordo com os meus valores enquanto profissional e enquanto pessoa. Eu aprendi muito nos últimos dois anos da minha vida e hoje faço as escolhas de outra maneira".

Veja as fotos dos bastidores de "Mudar Para Melhor"

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