O efeito Netflix voltou a fazer das suas. “Schitt’s Creek” ganhou tudo o que havia para ganhar na categoria de comédia dos Emmys, que aconteceu na segunda-feira, 21 de setembro, e, de repente, tornou-se numa das séries mais populares do momento — mesmo que não seja propriamente recente.
É que o primeiro episódio de todos estreou-se em janeiro de 2015 e o reconhecimento só começou a chegar a partir da terceira temporada, em 2017. A explicação? A compra dos direitos de transmissão por parte da Netflix nos EUA, fazendo dela uma das mais populares do serviço.
Ao ganhar uma nova vida junto de novos públicos, a promoção nas redes sociais ajudou a que, na segunda-feira, “Schitt’s Creek” tenha levado sete estatuetas para casa — incluido a de Melhor Argumento de Comédia, Melhor Realização de Comédia e, claro, o de Melhor Série de Comédia.
Mas, afinal, sobre o que é a série?
No centro da ação estão os Rose, uma família abastada e privilegiada que é obrigada a trocar todos os luxos a que estava habituada por uma vida num motel depois de perderem toda a sua fortuna.
O resultado de pôr uma família privilegiada e arrogante a viver de forma mais modesta? Sarilhos. E muitos deles irremediáveis.
Ao longo das seis temporadas, aquilo a que se assiste é a uma história de mudança de cada membro da família. Aquela que antes era uma família snobe vai, a pouco e pouco, aprendendo a ser mais humilde e mais consciente dos problemas dos outros.
Ok, mas é mesmo divertida?
Esta questão é sempre subjetiva e, por isso, não tem uma resposta concreta. Mas se há uma coisa que “Schitt’s Creek” tem é boa disposição — quer seja através das peripécias em que a família Rose se põe ou pela química que existe entre atores.
As piadas, muitas vezes recorrentes, nunca se tornam aborrecidas, mas exigem alguma familiaridade não só com as personagens, mas com aquilo por que passaram e que nos vai sendo explicado a cada episódio. E se é verdade que aqui as “tragédias” nunca são muito sérias, isso não significa que não haja uma certa profundidade inerente à história.
Um dos exemplos é a inclusão de uma personagem pansexual — alguém que gosta de pessoas independentemente do seu género ou sexo —, sem que isso alguma vez seja recebido pelas outras personagens com comentários homofóbicos. A relação deste casal, aliás, é um dos principais fios condutores da história. E embora pareça sempre atribulada, a ideia é levar a um final feliz.
Os atores são conhecidos?
Mais do que conhecidos, muitos dos atores de “Schitt’s Creek” puxam pela memória afetiva dos espectadores. É que duas das personagens principais são interpretadas por Eugene Levy e Catherine O’Hara.
À primeira leitura, o nome pode parecer-lhe estranho, mas de certo que ficará mais fácil atribuir um rosto ao nome se metermos as coisas nestes termos: ele é o pai fofinho e desajeito em “American Pie” e ela a mãe de Kevin na saga “Sozinho em Casa”. As carreiras de ambos não se resumem a esses dois filmes, mas são o bom indicador do que esperar desta série. A diferença é que aqui têm muito mais protagonismo e são (ainda) mais hilariantes.
Do elenco fazem ainda parte nomes como Annie Murphy, Emily Hampshire, Dan Levy (filho de Eugene Levy) e a irmã Sarah Levy.
Está na Netflix, não é? Nim.
Apesar de tudo, temos más notícias: é verdade que a série está disponível no catálogo da Netflix americana.
Em Portugal, no entanto, ainda não foi disponibilizada e não se sabe exatamente se alguma vez será. Além disso, não há garantias de que, em Portugal, a série se estreie pela Netflix uma vez que é possível que haja outra plataforma de streaming a assegurar os direitos de transmissão na Europa.