Nuno Graciano foi o último expulso da atual edição do "Big Brother Famosos". Os 48% que votos que acumulou por parte do público ditaram que deveria ser o ex-apresentador a abandonar a casa mais vigiada do País. Cá fora, esta segunda-feira, fez uma retrospetiva com os jornalistas com quem conversou.
O regresso à televisão parece continuar incerto. Apesar de garantir não se sentir "frustrado profissionalmente", é esse o sonho. Ainda assim, e depois da participação no reality show, "não está nada projetado com a TVI nem com ninguém". Também não existe "nenhum tipo de contrato paralelo" ao que firmou com a estação.
"Não se falou sobre isso. A esperança continua a ser nenhuma", reforçou, sendo que prefere pensar desta forma. "Não quero voltar a passar processos de mágoa tão dolorosos como este que passei", desabafou, explicando que ainda não pensou no que gostaria de fazer caso regressasse ao pequeno ecrã.
Mostra-se confuso por não voltar a ter tido oportunidades na área. "Sempre tive boas audiências. Os números são o que são", referiu, falando sobre a experiência que tem. "Eu não sei o que é que aconteceu pelo caminho", acrescentou, acabando por admitir que "tem de haver espaço para outras pessoas".
"Foi a minha catarse, o momento em que muitas pessoas perceberam o porquê de ter andado mais triste"
Durante a gala de domingo (17), acabou por revelar a frustração que sentia por não estar a trabalhar naquilo que ama. "Foi a minha catarse, o momento em que muitas pessoas perceberam o porquê de ter andado mais triste, mais apagado", explicou. "Foi um lavar da alma completo".
O desabafo no confessionário com Cristina Ferreira e, ao mesmo tempo, com todos os espectadores, foi, para Graciano, "um momento inesperado, mas muito bonito". "Apesar de ser um bocadinho constrangedor, na verdade". Arrepende-se de esconder à família o que se passava, como "o acordar todos os dias triste".
Embora considere que, nestes últimos tempos do programa, "já estava mais bem disposto, já brincava mais, já era mais o Nuno de sempre", reconhece que não está a 100%. "De vez em quando", o empresário é acompanhado por profissionais em "momentos de maior ansiedade", quando chega a ter de "fazer alguma medicação". "Faço terapia há muito tempo", revelou.
Em estúdio, foi recebido pela apresentadora e, ao chegar a casa, Cristina Ferreira pô-lo novamente emocionado. "O forte abraço que me deu... nunca vou esquecer", disse, antes de contar o efeito da publicação feita pela Diretora de Entretenimento e Ficção da TVI no Instagram: "Voltei a chorar por a Cristina ver tanta tristeza".
Sobre a expulsão mesmo antes da final, assegura não estar "nada triste". "Acho que saí na altura certa. Sete semanas foi muito tempo. Nem eu pensei nunca que ficasse lá muito tempo", confessou. Acredita ainda que "quem está lá merece estar" e que aquilo que ditou a sua expulsão foi "uma preferência pelos outros" concorrentes.
"Prefiro ter saído esta semana do que, para a próxima semana, ser o sexto finalista. Aí seria pior"
Nuno Graciano estava convencido de que iria sair na semana em que esteve "mano a mano" com Miguel Azevedo. "Porque o Miguel era divertido, o melhor coração que se pode conhecer. A casa sem o Miguel é outra casa. Ele era a alegria daquela casa e eu pensei que Portugal não me ia escolher".
Foi o participante mais vezes nomeado, mas admite: "fui eu que me pus a jeito". No início do desafio, disse aos colegas que poderiam nomeá-lo, pois não levaria a mal. "Aquilo que depois me começou a incomodar foi eles aproveitarem isso para, nas dinâmicas dos outros jogos da casa, porem sempre o Nuno. Para o fim já não era agradável", justificou.
O ex-apresentador não hesita ao afirmar: "Prefiro ter saído esta semana do que, para a próxima semana, ser o sexto finalista. Aí seria pior". E, sobre uma possível participação na próxima temporada, que vai reunir ex-concorrentes, também é perentório: "Nesta agora não me apanham". "O meu tempo de reality shows está feito. A experiência já está adquirida", reforçou.
Para o comunicador, não faria sentido voltar ao desafio. "E até acho que os portugueses não me quereriam ver outra vez num reality show. Sai-se mais cansado do que se entra. As pessoas pensam que vamos para ali descansar e não é real", acrescentou. Nuno Graciano avançou que nunca pôs em hipótese deixar de aceitar o convite por medo de represálias.
Estariam em causa as ligações ao partido de extrema-direita Chega, fundado por André Ventura. O empresário de 53 anos foi candidato pelo Chega à Câmara Municipal de Lisboa nas autárquicas de 2021, algo de que a maioria dos concorrentes tinha consciência. "Já votei da esquerda à direita", relembrou.
"Não sou nada fanático nem por nenhum político nem por nenhum partido político"
Durante este projeto, "foi dada total liberdade" a Graciano, de acordo com o comunicador. "Nada me foi imposto". Aceitou colaborar com o partido por se trata de um "desafio" que considerou "interessante para poder voltar a estar junto das pessoas e trabalhar em comunidade". "Não sou nada fanático nem por nenhum político nem por nenhum partido político. Nunca fui filiado", reforçou.
Mas esta não foi a única imagem a marcar o percurso de Nuno Graciano pela casa do "Big Brother". Tanto dentro como fora do jogo, era acusado de estar sempre a dormir, algo com o qual não concorda. "Eu não acredito que, durante sete semanas, os portugueses gostassem de ver alguém que estivesse sempre a dormir", apontou.
"Em todos os programas deste género, há papéis que acabam por ser atribuídos. Criam-se personagens e eu passei à personagem do Soneca", comparou, continuando a defender-se: "Em momentos mais mortos do programa, eu podia descansar um pouco mais. Mas descansava, não me punha ferrado a dormir", alertou.
O ex-apresentador acha que "não adormecia em qualquer canto" e assegura que "todos adormecem" nos tempos mais parados. "Eu já não tenho 20 e tal anos ou 30 como eles têm. Tenho idade para ser pai da Marie, da Bruna", relembrou, justificando o maior cansaço.
Sobre Bruna e Bernardo: "Dois adultos, a tentarem perceber quem é um, quem é outro"
Para Graciano, Bernardo Sousa, Bruna Gomes, Vanessa Silva ou Daniel Kenedy podem sair vencedores. "Acho que o Marco e o Fernandinho estão fora desta batalha final. Gostaria imenso que o Bernardo ganhasse, mas a quem fazia falta era ao Kenedy", respondeu.
O ex-concorrente crê que Kenedy "merecia pela forma de estar com todos desde o início", já que "está sempre disponível para toda a gente" e "não fez grupinhos à parte com ninguém". "Em termos de participação, o Daniel é o mais completo", acrescentou. "Não consegui ver ninguém jogar", disse, incluindo Marco Costa.
"Acabei por me tornar irmão do Bernardo", assegurou, tendo a certeza de que "essa relação vai continuar cá fora". Agora que voltou à realidade, deparou-se com a "popularidade" do madeirense. "Eu não fazia ideia nenhuma. Até achava que ele era um bocadinho polémico", apontou.
Quanto à relação do melhor amigo do jogo com Bruna Gomes, considera que "estão a construir devagar", enquanto "dois adultos, a dar passo a passo. A tentarem perceber quem é um, quem é outro e que futuro podem ter com um Atlântico a separá-los". Nuno nota que "têm muito respeito um com o outro" e que "conversam bastante".
Agradou-lhe o facto de, "independentemente de estarem enquanto casal juntos, no jogo estão separados". Como exemplo, diz o seguinte: "o Bernardo nunca votou em mim e a Bruna só não votou em mim uma vez". "Cada um pensa pela sua cabeça e eu respeito muito isso".