João Pedro Feitosa — médico brasileiro de 28 anos que participava como voluntário nos testes da vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca — morreu no passado dia 15 de outubro devido a complicações da COVID-19, avança o "G1".

O médico pertencia ao grupo de voluntários que tomou um placebo, ou seja, não recebeu uma dose em desenvolvimento, mas uma substância que não tem efeito no organismo — prática habitual neste tipo de estudos, para ser possível avaliar as diferenças entre as reações de quem toma ou não a substância.

Tanto a farmacêutica AstraZeneca como a Universidade de Oxford recusam-se a dar detalhes devido a questões éticas, mas afirmam que não houve indicações para a suspensão do estudo. Segundo Oxford, após uma "análise cuidadosa" decidiram continuar por não haver preocupações sobre a segurança do ensaio clinico em questão. Além disso, relembraram que a pesquisa é baseada num estudo cego "no qual 50% dos voluntários recebem o imunizante produzido por Oxford".

Covid-19: Testes da vacina suspensos após reação adversa num dos participantes
Covid-19: Testes da vacina suspensos após reação adversa num dos participantes
Ver artigo

A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil, afirma ter sido informada da morte do voluntário esta segunda-feira, 19 de outubro, mas não refere a causa da morte nem detalhes devido às cláusulas de confidencialidade que é obrigada a cumprir. Em comunicado, a Anvisa refere: "Foram partilhados com a Agência os dados referentes à investigação realizada pelo Comité Internacional de Avaliação de Segurança. É importante ressaltar que, com base nos compromissos de confidencialidade ética previstos no protocolo, as agências reguladoras envolvidas recebem dados parciais referentes à investigação realizada por esse comité, que sugeriu o prosseguimento do estudo. Assim, o processo permanece em avaliação."

Segundo o "G1", a vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford é a principal aposta do governo federal para uma futura campanha de vacinação contra o novo coronavírus.  O estudo, que está na fase três dos testes, começou no Brasil em junho. No país já participaram no estudo oito mil voluntários.

Em setembro, os testes da vacina chegaram a ser interrompidos após uma reação adversa num dos participantes.