Justine Bate tem 42 anos, e, tal como a filha Teona de 10 anos, é surda. Para assegurar que a comunicação entre as duas não se perdia pela obrigatoriedade em usar máscara durante a pandemia, criou uma máscara que se destaca pelos diversos padrões, mas principalmente pela janela de transparente que tapa a boca e permite a leitura labial, essencial à comunicação entre pessoas surdas.

Com a vantagem de ser designer gráfica, a mulher de Manchester, Reino Unido, decidiu meter mãos à obra e criar uma máscara que não só ajudasse à comunicação com a filha, como a garantisse que a mesma não tivesse dificuldade em perceber os colegas na escola. O sucesso foi tal que, rapidamente, a história deixou as fronteiras do país.

Tudo começou quando o marido, Carl Bate, 50 anos, partilhou nas redes sociais as máscaras feitas pela mulher e as imagens tornaram-se virais. A partir daí, os pedidos, principalmente de casas de repouso, mas também de pessoas com demência e pedidos para crianças com autismo, não pararam de chegar, refere o jornal "Daily Mail".

Empresa de Leiria cria máscara reutilizável transparente que facilita a respiração (e permite ver sorrisos)
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Com tanta procura, Justine, que faz as máscaras em casa numa máquina de costura, tem tido o dobro do trabalho, tal como partilhou no Facebook: "Estou acordada desde as 6 da manhã a fazer estas máscaras. Eu e a minha filha somos surdas, confiamos na leitura de lábios e esta máscara visível é perfeita para os surdos, leitores de lábios e ou para aqueles que trabalham para/com os surdos ou até para aqueles que adoram sorrir", diz na descrição da publicação.

Acrescentou ainda que a criação das máscaras nunca teve como objetivo ser um negócio, mas sim facilitar a comunicação com a filha.

O marido revela até que Justine ficou um pouco apreensiva com o interesse das pessoas porque as máscaras não têm PPE, certificado de equipamento de proteção individual, uma vez que não têm filtro, mas isso não parece importar aos interessados.

“Até as pessoas das casas de repouso disseram que não se incomodam porque facilita a capacidade de comunicar com pessoas com deficiência", disse Carl Bate. O mesmo revela que estão à procura de métodos para acelerar a produção e corresponder à procura.

Só esta quarta-feira, 27 de maio, a mulher vendeu 42 máscaras só no período da manhã. Cada máscara feita por encomenda a Justine custa 6,64€ (5,99 libras).