O Colégio Eleitoral dos Estados Unidos confirmou a vitória de Joe Biden esta segunda-feira, 14 de dezembro, e indicou o democrata como o próximo presidente dos Estados Unidos. Assim, e em linha com os resultados das eleições de 3 de novembro previamente anunciados e confirmados por todos os estados até 8 de dezembro, Joe Biden arrecadou 306 votos, contra os 232 de Donald Trump.
Depois de ver a sua vitória anunciada pelo Colégio Eleitoral, o presidente eleito caracterizou o momento como a "demonstração mais clara da verdadeira vontade do povo americano", que deve ser "celebrada e não atacada", escreve o "Observador". Num discurso a partir do estado do Delaware, Biden reforçou que "a integridade das eleições permanece intacta" e que "está na altura de virar a página".
"A nossa democracia foi empurrada, testada, ameaçada, e provou ser resiliente, verdadeira e forte", disse o presidente eleito. "No início desta pandemia, muitos perguntaram quantos americanos é que iriam mesmo votar. Mas esses medos acabaram por não se verificar. Vimos algo que muitos poucos previram e acharam que seria possível: a maior participação eleitoral na história dos EUA", salientou Biden.
O próximo presidente dos Estados Unidos aproveitou a oportunidade para criticar Donald Trump, que tem posto em causa o resultado das eleições desde que a vitória de Biden começou a ser uma hipótese, e tem travado várias ações para uma transferência de poder tranquila. Recordando a vitória de Trump em 2016, quando o republicano venceu as eleições com 306 votos no Colégio Eleitoral (o mesmo número que deu a presidência a Biden nas eleições de novembro), o presidente eleito salientou a incoerência no discurso do oponente.
"Dessa vez, o Presidente Trump disse que o resultado dele na Colégio Eleitoral era ‘uma vitória à larga’. Pelos padrões dele, estes números representaram uma vitória clara nessa altura e eu sugiro respeitosamente que representem o mesmo desta vez [...] Na América não são os políticos que tomam o poder, é o povo que o concede. A chama da democracia foi acesa por esta nação há muito tempo. E agora sabemos que nada — nem sequer uma pandemia ou o abuso de poder — consegue extingui-la”, garantiu Joe Biden.
O candidato democrata e vencedor das eleições aproveitou também para elogiar a justiça dos Estados Unidos, que tem negado a validade das dezenas de queixas de fraude eleitoral apresentadas pela campanha de Trump desde novembro para impugnar os resultados. "Foram ouvidos, várias vezes, e a cada vez não lhes foi reconhecida razão", disse Joe Biden. "Foram ouvidos por mais de 80 juízes em todo este país e em nenhum caso foi encontrada uma causa para disputar os resultados."
No entanto, Donald Trump continua a deixar claro que não vai parar de lutar contra os resultados. "Não, ainda não acabou”, disse o atual presidente dos Estados Unidos numa entrevista à Fox News este domingo (13) sobre o processo eleitoral. "Vamos continuar e vamos seguir em frente. Temos vários casos em tribunais locais".
Apesar destas declarações, a verdade é que Trump está a ficar sem opções. Na passada sexta-feira (11), os nove juízes do Supremo Tribunal bloquearam a apreciação de uma queixa que o estado do Texas fez contra os resultados de quatro estados decisivos: Pensilvânia, Wisconsin, Michigan e Geórgia.
Depois de o Colégio Eleitoral conceder a vitória a Joe Biden, o dia 6 de janeiro de 2021 marca outra importante fase do processo eleitoral. O congresso norte-americano (a soma do senado e da câmara dos representantes) vai certificar os votos do Colégio Eleitoral em cada estado. Depois de oficializados os resultados, é esperado que Biden e Kamala Harris, a vice-presidente eleita, tomem posse a 20 de janeiro.