A invasão do Capitólio, a 6 de janeiro, que levou à morte de cinco pessoas, fez com que Washington declarasse o estado de sítio. Mas não é só aqui que se temem eventuais conflitos. Um alerta do FBI às agências policiais aponta para outros possíveis protestos armados em torno dos 50 edifícios das capitais estaduais, com inicio no sábado, 16 de janeiro, e até ao dia de tomada de posse de Joe Biden, marcada para quarta-feira, 20 de janeiro.
No Capitólio do Texas, em Austin e no de Saint Paul, no Minnesota, juntaram-se já manifestantes armados — que se presume serem apoiantes de Trump, crentes da sua falsa teoria de fraude eleitoral.
A suspeita da onda de violência surge na sequência de "uma grande quantidade de conversas online" seguidas pelo FBI, em que se incluem apelos e protestos armados. Assim, muitas das medidas implementadas em Washington D.C foram replicadas noutros estados.
Em alguns dos Estados, responsáveis declararam estado de emergência, encerrando a atividade dos parlamentos locais. Deram também ordens para erguer barreiras e proteger portas e janelas dos capitólios. E em 12 deles, foram destacados milhares de soldados da Guarda Nacional, destacados para impedir que o episódio que invadiu o Capitólio em Washington se venha aqui a repetir.Também os marcos de correios destes edifícios foram retirados, de forma a que não possam ser utilizados como depósitos de explosivos.
Os estados em maior perigo são Wisconsin, Michigan, Pensilvânia e Arizona, aqueles que foram alvo de batalha legal por parte de Donald Trump, após a vitória de Biden sobre os mesmos. Ainda assim, outros estados que não foram apontados como local de risco para conflitos preferiram tomar precauções: em Ilinóis, será reforçada a segurança em torno do Capitólio, com 250 soldados da Guarda nacional.
Governantes de outros estados disseram que não tolerariam conflitos como o que decorreu em Washington D.C. "As atividades ilegais e antiamericanas como vimos na semana passada em Washington, DC não será tolerada na Geórgia", disse, por exemplo, Brian Kemp, governador republicano.
"Respeitamos o direito dos residentes do Utah de se reunirem pacificamente, tal como está garantido na Constituição dos EUA. Mas nós traçamos a linha das ameaças à segurança física ou ao edifício do Capitólio. Nenhuma violência de qualquer tipo será tolerada", dise Spencer Cox, outro governador republicano, desta vez do Utah.
Um relatório do FBI, do Departamento de Segurança Interna e do Centro Nacional de Contraterrorismo alerta para as "falsas narrativas" referentes à fraude eleitoral, que configuram um estímulo contínuo para os grupos extremistas. Além disso, a ideia de que a invasão ao Capitólio a 6 de janeiro foi um sucesso é capaz de motivar os mesmos a outros atos de violência.