Seis crianças foram retiradas aos pais depois de terem sido encontradas a viver numa adega abandonada na Áustria. A propriedade fica em Obritz, perto da fronteira com a República Checa, e foram outros habitantes que chamaram os assistentes sociais por preocupação com o bem-estar das crianças.

Segundo a “Sky News”, os assistentes sociais foram atacados por Tom Landon, o pai das crianças, com spray de gás pimenta quando tentaram entrar na propriedade. A polícia foi chamada ao local e o homem de 54 anos foi detido durante 24 horas. Entretanto foi libertado mediante o pagamento de fiança, mas as investigações continuam.

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As crianças, com idades compreendidas entre os 7 meses e os 7 anos, foram levadas juntamente com a mãe para o hospital para serem examinadas. Apesar do sítio onde viviam, Stefan Loidl, o porta-voz da polícia, informou que estavam “em boas condições de saúde e não foram negligenciadas”.

As autoridades locais acreditam que a família já estivesse a viver na adega abandonada há vários meses, mas que só nas últimas semanas tinham surgido queixas a seu respeito. O vice-prefeito de Orbritz, Erich Greil, explicou que “as câmaras de vigilância em frente da cave eram particularmente irritantes e os residentes às vezes ouviam vozes de crianças na cave e assim que se aproximavam ficava tudo em silêncio”.

As crianças foram acolhidas pelos serviços sociais e a polícia afirmou que não há suspeitas de terem sido vítimas de abusos sexuais.

A polícia adiantou que Tom Landon, o pai das crianças, é um austríaco que pertence ao movimento de extrema-direita Reichsbürger. Este grupo acredita que o atual estado alemão (a República Federal), as suas instituições e representantes eleitos democraticamente não são legítimos. Recentemente tentaram levar Heinrich XIII, um descendente da realeza alemã ao poder, como relata o “The Conversation”.

Landon já escreveu mais de 30 livros onde critica o governo do país e onde nega o Holocausto. Nas buscas à propriedade foram encontradas duas bestas, uma espingarda e várias pistolas de ar comprimido, relatou o porta-voz da polícia.

Tom negou as informações avançadas por alguns meios de comunicação como a "Sky News" de que a sua família é britânica - afirma que a sua mulher é alemã e os filhos austríacos. Quanto às armas que a polícia encontrou, insiste que eram apenas pistolas de ar e uma arma desativada da Segunda Guerra Mundial e que, por isso, não constituem qualquer perigo.

O homem está convicto de que só lhe retiraram as crianças porque o vice-prefeito "não aprecia o seu estilo de vida". "Isto tem sido muito traumático para a minha mulher e filhos e é porque pessoas como o vice-prefeito que têm estado a meter o nariz onde não precisam de meter", disse Tom como refere o "Daily Mail". "A minha família está aterrorizada, com medo de não voltarem para a casa onde vivemos durante quase um ano porque têm medo que a polícia regresse", acrescentou.

"Optámos por não registar as crianças, mas são todas minhas e agora temos de ir a Viena fazer testes de ADN para provar que são nossas", referiu Tom de acordo com a mesma publicação. Os filhos não frequentavam a escola porque o pai considera que está no direito de ensiná-los em casa.

Tom explicou que tinha comprado seis propriedades, uma para cada filho, e que tencionava remodelá-las. O homem explicou que as crianças viviam dentro de uma casa com um quarto de grandes dimensões, mas que quando ouviu a polícia a tentar entrar em sua casa ordenou que se escondessem na cave.