"Na quarta-feira passada, tive um encontro com a Chris. Apanhámos o autocarro noturno para irmos para a casa dela em Camden Town. Subimos as escadas e sentámo-nos nos lugares da frente. Devemos ter dado um beijo ou qualquer coisa assim, porque apareceram uns homens. Não me lembro se já estavam lá ou se foram atrás de nós. Eram pelo menos quatro".

É desta forma que começa o texto que Melania Geymonat, 28 anos, escreveu na sua página de Facebook esta quarta-feira, 5 de junho. De acordo com a mulher, os homens começaram a fazer gestos sexuais. "Não me lembro do episódio por inteiro, mas a palavra 'tesouras' ficou na minha mente".

Numa tentativa de acalmar os ânimos, continua, Melania tentou brincar com a situação. Só que os homens continuaram a atacá-las com frases obscenas, ao mesmo tempo que insistiam para que as raparigas se beijassem para eles verem. Chris levantou-se e atirou-se aos homens, ao mesmo tempo que Melania foi atrás para a tentar retirar.

As duas jovens acabaram por ser violentamente agredidas. "Fiquei tonta ao ver o sangue (...) Não me lembro se desmaiei ou não. De repente, o autocarro parou, a polícia estava lá e eu estava a sangrar".

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Melania acrescenta que foram roubadas. "A violência tornou-se numa coisa comum", escreve. "Estou cansada de ser um objeto sexual, de descobrir que estas situações são normais, de saber que amigos gays foram espancados apenas porque sim. Nós temos que suportar o assédio verbal e violência chauvinista, misoginia e homofóbica."

A jovem lamenta ainda que às vezes seja necessário "ver uma mulher a sangrar depois de ter sido atacada para gerar algum tipo de impacto".