Bruno Candé, ator de novelas como “Única Mulher”, foi morto a tiro este sábado, 26 de julho, numa avenida de Moscavide, Lisboa. O presumível homicida foi detido pela polícia e são vários os testemunhos que dizem que este crime poderá ter motivações racistas.
O homem de 39 anos foi morto depois de ter sido “baleado em várias zonas do corpo” à hora do almoço por um enfermeiro reformado de 80 anos. O motivo do desentendimento terá sido a cadela que acompanhava o ator — e não terá sido a primeira vez que o idoso ameaçou e insultou Bruno Candé. O enfermeiro tinha dito ao ator para “voltar para a sua terra”, ameaçando que um dia o havia de matar, avança o “Jornal de Notícias”.
As ameaças terão começado na última quarta-feira, 22 de julho, depois de o idoso ter sido repreendido por estar a alimentar a cadela sem a autorização do dono. A partir dessa altura, o enfermeiro terá começado com os insultos e ameaças.
De acordo com a mesma publicação, o desacato que levou à morte de Bruno Candé terá começado pelas 13h20 depois do almoço neste sábado, 25 de julho. Uma vez na Avenida de Moscavide, o homem de 80 anos terá encontrado uma vez mais Bruno Candé sentado num banco com a sua cadela e um rádio. O enfermeiro terá feito uma rasteira ao ator, que caiu no chão. Terá sido nesta altura que foi atingido com três tiros no braço e no peito. O homicida terá tentado fugir mas acabou por ser apanhado por populares que o prenderam com um cinto e aguardaram a chegada da polícia. Um vídeo que começou a circular nas redes sociais este domingo, 26 de julho, mostra exatamente esse momento.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou ao mesmo jornal a detenção do suspeito e a arma do crime também já foi apreendida. Bruno Pires, do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, também avançou que na origem do crime terão estado desacatos relacionados com a cadela de Candé, com barulho, e ainda que estes terão também ocorrido ao longo da semana.
Em comunicado, a família reitera que Bruno já teria sido ameaçado várias vezes e que recordam o ator como uma pessoa “extremamente afável e sociável”. O “Bruno foi barbaramente assassinado, alvejado à queima-roupa com quatro tiros na rua principal de Moscavide”, pode ler-se no documento. “O assassino já o havia ameaçado de morte três dias antes, proferindo vários insultos racistas”. O alvo deles seria o próprio e a família. “Face a esta circunstância fica evidente o carácter premeditado e racista deste crime hediondo”.
“Os filhos, a família e os amigos do Bruno Candé Marques perderam um pai, um filho, um irmão e um amigo cuja vida foi ceifada pelo ódio, uma perda irreparável. Prestamos homenagem ao Bruno e exigimos que a justiça seja feita de forma célere e rigorosa”.
Bruno Candé, de 39 anos, deixa três filhos menores: dois rapazes de cinco e seis anos e ainda uma rapariga que fará três anos em agosto.