Esta segunda-feira, 5 de abril, cerca de meio milhão de alunos dos 2.º e 3.º ciclos regressam às escolas portuguesas. O dia que marca o retorno destes estudantes ao ensino presencial — bem como a segunda fase de desconfinamento, com a abertura de esplanadas, por exemplo —, é também o início de um terceiro período mais extenso, com as aulas a acabarem entre junho e julho, conforme os anos de escolaridade.

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Os primeiros a terminarem as aulas são os alunos do 9.º, 11.º e 12.º ano, a 18 de junho. Já os do 7.º, 8.º e 10.º acabam o terceiro período a 23 de junho. Os últimos são as crianças do pré-escolar, 1.º e 2.º ciclo, que dão por concluídas as aulas já em julho, a dia 8. Os exames nacionais acontecem no mesmo mês, entre os dias 2 e 16.

Mas este terceiro período mais extenso causa a preocupação dos professores, nomeadamente por terem reservas sobre quais estratégias utilizar para continuar a motivar os alunos — que perderam o interesse pelo ensino com as aulas à distância.

"Até julho, professores e alunos vão ter dificuldade em manter os níveis de concentração. No 1.º, 2.º e pré-escolar, as aulas vão até ao verão. É um período letivo imenso. Houve aqui uma bipolaridade, passamos do oito para o oitenta. Vamos ter de fazer o melhor, mas é um período que abrange quatro meses, semelhante a um 1.º período, o mais longo do ano. Não vai ser nada fácil", salientou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), ao "Diário de Notícias".

A saúde emocional dos estudantes portugueses é "algo que precisa de atenção redobrada", diz Filinto Lima, que assume estar preocupado com o bem-estar de alunos e professores na consequência desta extensão dos dias de aulas. "É também por isso que não defendo escolas de verão ou horários mais alargados. Espero que a equipa de trabalho de recuperação de aprendizagens não caia na asneira de fazer escolas de verão, com aprendizagens em agosto, mas que enverede pela qualidade das aulas, e não pela quantidade, com um ensino personalizado e mais apoios, sobretudo do 1.º ciclo", explicou o presidente da ANDAEP.

Ao mesmo tempo que os alunos do 2.º e 3.º ciclo regressam às aulas, também arranca a testagem dos professores destes graus de escolaridade, que se prolongará até sexta-feira, 9. A vacinação para os docentes e funcionários que regressam esta segunda-feira ao ensino presencial está marcada para este fim de semana, 10, salienta o "DN".