Portugal regista já 48.898 infetados e 1.697 mortos pelo novo coronavírus. São estes os novos dados avançados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no boletim epidemiológico desta terça-feira, 21 de julho. Estes números representam um aumento de 127 infetados, enquanto as vítimas mortais registadas são mais 6 do que as de ontem.
Estes dados são atualizados no mesmo dia em que é avançado que os primeiros resultados dos testes à vacina de Oxford garantiram imunidade à COVID-19. Ainda assim, "há muito trabalho a ser feito", revela Sarah Gilbert, professora e co-autora do estudo da Universidade de Oxford, antes de se poder confirmar que a vacina vai ajudar no combate à pandemia, diz ao jornal "The Independent".
Pelo menos é já um avanço na vacina que em abril deixou grandes expetativas, assim que arrancaram testes com cerca de mil voluntários, entre os 18 e os 55 anos. Na altura, a co-autora do estudo revelou que "se tudo correr perfeitamente”, a vacina estará pronta em setembro, depositando ainda uma confiança na ordem dos 80% de que a vacina seria eficaz.
Essa certeza está agora mais próxima de se confirmar depois dos dados mais recentes divulgados sobre a vacina: "Estamos a observar uma boa resposta imunológica em quase todas as pessoas. O que essa vacina faz particularmente bem é acionar as duas vias do sistema imunológico", disse Adrian Hill, diretor do Instituto Jenner da Universidade de Oxford, em comunicado, de acordo com a SIC Notícias.
Essa resposta imunológica é produzida duplamente em pessoas de 18 a 55 anos de idade, provocando uma resposta de células T dentro de 14 dias após a vacinação e uma resposta de anticorpos após 28 dias, de acordo com o estudo publicado esta segunda-feira, 20 de julho, na conceituada revista cientifica Lancet.
As células T são um tipo de glóbulo branco que ajuda a coordenar o sistema imunológico e é capaz de identificar que células do corpo foram infectadas e destruí-las. Já os anticorpos são pequenas proteínas produzidas pelo sistema imunológico que ficam na superfície dos vírus.
No entanto, o investigador Andrew Pollard reconhece que ainda não é conhecida "a quantidade certa para uma proteção segura", mas é possível "maximizar as respostas com uma segunda dose", explicou à BBC.
Quanto a efeitos secundários, os voluntários não desenvolveram nada grave, ainda que em 70% das pessoas fossem registados sintomas de febre ou dor de cabeça depois de tomar a vacina, chamada de ChAdOx1 nCoV-19. Contudo, os investigadores revelam que esses efeitos podem ser reduzidos com o uso de paracetamol.