Só este ano, já contabilizámos dois novos passadiços, um em Serra d’Ossa e outro em Arcos de Valdevez, e ainda está para chegar um novo passadiço às margens do Rio Mouro, em Monção, tal como anunciado pela autarquia esta terça-feira, 25 de maio. O problema? É que apesar de serem uma atração ao turismo local, podem estar a prejudicar as paisagens naturais, de acordo com a Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS).

"Constituem, na generalidade, um atentado às paisagens, desvalorizando os territórios onde se inserem", disse a associação em comunicado, de acordo com o "Notícias ao Minuto". Apesar de os ambientalistas reconhecerem que os passadiços podem "favorecer negócios locais e atrair visitantes", não passarão de uma moda. "Como todas as modas, também esta passará, deixando o território mais degradado e os locais mais feios", continua a FAPAS.

A associação denuncia que a construção de muitos passadiços tem sido feita sem cumprir com "qualquer quadro normativo, quer quanto aos impactos no território, quer quanto à segurança dos próprios equipamentos" e alerta ainda para o facto de poderem tornar-se perigosos por "por desadequada instalação e falta de manutenção".

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Segundo a associação, ainda é possível reconverter a situação, e sugere que a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) seja obrigatória a "qualquer intervenção no território, de qualquer tipo e dimensão", sejam passadiços ou baloiços.

"Isto, enquanto se vai a tempo de salvar um dos principais ativos de Portugal, a paisagem, diariamente agredida por inúteis passadiços, construídos onde frequentemente existem caminhos antigos, por baloiços sem sentido — e sem seguro —, ou pontes 'maiores do mundo' que a todos nos deviam incomodar, quer por saírem dos nossos impostos, quer por hipotecarem o nosso futuro", termina, criticando a recente abertura daquela que é conhecida como "a maior ponte pedonal suspensa do mundo", a Ponte 516 Arouca, em Arouca.