No âmbito da Operação Maestro, relacionada com um alegado desvio de 40 milhões de euros no Plano de Recuperação e Resiliência, um plano de investimentos para todos os portugueses, a PJ está a realizar esta terça-feira, 19 de março, buscas em todo o País, estando em causa crimes de fraude na obtenção de subsídio, fraude fiscal qualificada, branqueamento e abuso de poder e lesão dos interessas financeiros da União Europeia e do Estado Português.

Manuel Serrão está entre os vários suspeitos, e na véspera desta operação, no dia 18, foi publicado um novo episódio do podcast “A Noite da Má Língua”, do qual o comentador televisivo faz parte, juntamente com Rita Blanco, Júlia Pinheiro e Rui Zink.

Operação Maestro. Manuel Serrão e Júlio Magalhães são alvo de suspeitas de fraude fiscal. Desvio do caso chega aos 40 milhões de euros
Operação Maestro. Manuel Serrão e Júlio Magalhães são alvo de suspeitas de fraude fiscal. Desvio do caso chega aos 40 milhões de euros
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No episódio desta segunda-feira, 18, intitulado “AD: ainda não governa e já tem ministros a mais”, os quatro abordaram as eleições legislativas. “Eu ando a tentar discutir a atualidade, mas o pessoal não deixa. Então nós já fizemos eleições há não sei quantos dias e continuamos sem resultados? Como é que podemos discutir a atualidade se não saem os resultados? Aliás, sobre isso, eu soube hoje que os votos dos emigrantes começaram a ser contados hoje e vão demorar três dias para os contar. Quer dizer, nós tivemos aqui eleições com para aí oito milhões de pessoas a votar e em três horas soubemos os resultados com acompanhamento ao segundo e tudo. E agora há 400 mil votos de emigrantes e precisam de três dias para os contar? Ainda por cima não nos dizem nada, não há programas a acompanhar, não há informação à hora, não há mesas com dezenas de comentadores, quer dizer...”, disse Manuel Serrão.

“Eu, a avaliar pelas listas que já recebi, este acaba por ser o maior governo de sempre. Tínhamos para aí 50 ministros, com a curiosidade de ter vários ministros para o mesmo ministério. Ia ser uma novidade. Eu recebi e até vi em programas de televisão comentadores a alinharem dois ou três ministros por cada ministério. Podia ser uma boa ideia para o [Luís] Montenegro, que era um governo original. Um ministro toma uma decisão, o povo não gosta e entra o segundo ministro e toma outra decisão. Podia agradar sempre a toda a gente”, continuou.

“Ah! Já estás a contar com a corrupção deles, não é? Que é para não acontecer o mesmo que aconteceu com o PS. Muito bem, olha, está bem visto, Manuel”, atirou Rita Blanco. “Continuas a ser sonso. Tu sabes mais do que me estás a dizer. Tu andas aí em jantarinhos no Porto. Ai ai...”, brincou Júlia Pinheiro.

“Graças a Deus janto todos os dias, mas não é com isso. Aliás, aquilo que eu acho que o Montenegro está a fazer, e era o que deviam fazer os partidos todos só que o Marcelo não deixa, como têm de esperar pelo resultado final das eleições, podiam ter aproveitado este dias, e pelos vistos ainda vão durar até quarta-feira, para descansar da campanha eleitoral, para se divertirem, para irem para a praia, fazer qualquer coisa assim de diferente. Senão claro, estão sempre a inventar coisas. Eu acho graça, por exemplo: o Marcelo pôs-se a receber os partidos todos. Eu não sei do que é que eles falaram”, disse Manuel Serrão, acrescentando que “com três ministros em cada ministério, caía um governo e entrava logo o suplente, portanto nem era preciso eleições” e que tinham acabado de “resolver o problema do País”. “Assim nunca mais saía o PSD do governo, não era Manuel? (...) Acabamos de resolver o problema do teu amigo Montenegro”, atirou Rita Blanco.

Além disso, o comentador televisivo também comentou a importância que estão a dar ao Chega nestas eleições. “Outra coisa engraçada é: apesar de não se saber o resultado das eleições, sabe-se qual é o estado em que estão até agora os partidos, em que posição é que estão os partidos. Ninguém anda a discutir o primeiro e o segundo, toda a gente anda a discutir é o terceiro. Aparentemente, o lugar mais importante destas eleições não é o primeiro nem o segundo, é o terceiro. Ninguém faz mais nada a não ser discutir o terceiro lugar. (...) O Chega, que ficou em terceiro, é que está no centro de todas as atenções”, referiu no podcast.

Ainda, Manuel Serrão afirmou ter acompanhado as eleições da Rússia e considerou-as “muito esclarecedoras” e um “manancial de boas ideias”. “Por exemplo: como é que eles combatem a abstenção? As pessoas, como eu vi, vão lá a casa dos eleitores e eles votam em casa (...) Assim é que se pode combater a abstenção”, disse. “Olha, não estejas a dar ideias ao Ventura”, brincou Rita Blanco.

Manuel Serrão é presidente da Associação Selectiva Moda e é o empresário que aprova os projetos de empresas financiados pela União Europeia com vista à promoção nacional e internacional da indústria têxtil e do vestuário, sendo este apoio financiado pelo FEDER. “Eu pensava que vocês já tinham percebido que eu, ao contrário da maioria dos palhaços que aí andam nos quais eu também me tenho de incluir, enquanto não chegar o resultado final das eleições não posso comentar sobre eleições”, disse, quando os colegas tentaram saber mais informações.