Os indicadores são claros e recomendam cautela. É que a situação epidemiológica em Portugal denota "uma tendência crescente" em todo o País, segundo a conclusão do mais recente relatório sobre a monitorização das linhas vermelhas, divulgado esta sexta-feira, 29 de outubro, pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Esta análise, feita com com base em "diferentes indicadores", "revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade reduzida, mas com tendência crescente a nível nacional", segundo se lê no documento citado pelo "Diário de Notícias", que serve de alerta para o final do ano.

É com base neste contexto que as duas entidades preveem que Portugal possa ultrapassar a barreira dos 240 casos por cada 100 mil habitantes daqui a dois meses. Isto, claro, se esta taxa de crescimento em todo o País se mantiver.

Visão das crianças prejudicada pela pandemia. Ensino à distância e ecrãs foram fatores
Visão das crianças prejudicada pela pandemia. Ensino à distância e ecrãs foram fatores
Ver artigo

É que embora a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde seja, para já, reduzida, as duas entidades acautelam para uma "possível inversão de tendência" em que se possa começar a registar "uma fase de crescimento" no que toca aos números de internamento em unidades de cuidados intensivos.

A conclusão do relatório oficializado pela DGS e pelo INSA surge na mesma altura em que se sabe que Portugal continental vai permanecer em situação alerta até, pelo menos, 30 de novembro, anunciou o governo na quinta-feira, 28.

Por agora, as medidas de combate e prevenção à COVID-19 vão manter-se as mesmas, mas a ministra da Saúde, Marta Temido, fez prever um "agravamento" da crise sanitária, admitindo ainda adaptações às medidas caso haja necessidade disso mesmo.

“Temos vários fatores de contexto que são preocupantes: a situação europeia, temperaturas frias, circulação de vírus respiratórios associados ao período de temperaturas em que vamos entrar e maior tendência das pessoas se concentrarem em espaços menos arejados", referiu.

Nesse sentido, Marta Temido garante que "novas medidas ou eventuais adaptações far-se-ão se for necessário".