É já esta segunda-feira, 15 de junho, que são levantadas algumas das restrições impostas em Lisboa numa altura em que os casos de infeção por COVID-19 continuam a aumentar na região de Lisboa e Vale do Tejo. Os parques aquáticos, os centros comerciais, os centros de Atividades de Tempos Livres (ATL) e as lojas de cidadão têm ordem para abrir. No entanto, estão em vigor medidas de prevenção para minimizar o risco de propagação do novo coronavírus.

À medida que o levantamento das restrições começa já esta segunda-feira, o Governo de António Costa criou um gabinete de intervenção em Lisboa e Vale do Tejo para tentar combater a doença. Na conferência de imprensa dada no domingo, 14, pela Direção-Geral da Saúde, foi revelado que 90% dos novos casos de infeção dizem respeito a Lisboa.

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Este novo gabinete terá, portanto, como objetivo, a rápida identificação de novos casos e consequentes cadeias de transmissão para que, dessa forma, possa acompanhar de forma mais eficiente os novos surtos, adianta o jornal "Público".

Saiba tudo o que vai mudar já a partir de segunda-feira.

Quando posso marcar uma consulta não urgente?

Ainda não existe uma data fixa para que as cirurgias ou consultas não urgentes possam regressar à normalidade nos hospitais de Lisboa, Sintra, Loures e Odivelas. O retomar destas atividades vai depender sempre "da evolução epidemiológica da região", revelou uma fonte do Ministério da Saúde ao mesmo jornal. Até ordem em contrário, todas as consultas e cirurgias não urgentes vão manter-se suspensas.

Os bares e discotecas abrem já esta segunda-feira?

Apesar do levantamento das restrições na região, os bares e discotecas ainda não tem autorização para abrir. A explicação, segundo António Costa, é que estes são espaços que, devido à sua natureza, vivem não do afastamento, mas sim da "proximidade e da interação".

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Por isso, considera que espaços como esses estarão "num último lugar dos estabelecimentos que poderão reabrir" e voltar à normalidade. E ainda não se sabe exatamente quando é que isso poderá voltar a acontecer.

As termas abrem na segunda-feira — apenas para termalistas de "baixo risco"

Para garantir que quem recorre a tratamentos termais são termalistas de "baixo risco", serão feitas triagens prévias, não presencialmente, com um máximo de 72 horas de antecedência às consultas. Mas para que possam abrir, as termas devem garantir "uma ventilação adequada de todos os espaços", bem como o reforço da higienização e desinfeção de todas as instalações.

O distanciamento mínimo exigido a todos os termalistas é de dois metros.

E os parques aquáticos?

Os parques aquáticos já podem abrir e as medidas de segurança são aquelas que já estão em vigor desde que o novo coronavírus chegou a Portugal — desinfeção de superfícies, higienização do espaço, distanciamento social e práticas de etiqueta respiratória. No entanto, o Aquashow, no Algarve, não abre depois de ter decidido manter-se encerrado até 2021.

Os centros comerciais já abriram?

À semelhança do que já acontece em todo o País, os centros comerciais de Lisboa vão reabrir já esta segunda-feira e todos os restaurantes do espaço. As entradas, no entanto, vão ser controladas e é obrigatório a adoção de uma distância de segurança social bem como o suo de máscara.

As lojas do cidadão também vão abrir?

Sim. As lojas em Pinhal Novo, Mafra, Odivelas, Cacém, Cascais, Odivelas, Marvila, Saldanha e Laranjeiras vão abrir já na segunda-feira. Mas para se evitar um ajuntamento superior a 20 pessoas (até aqui, os ajuntamentos em Lisboa estavam limitados a dez pessoas), só deverá dirigir-se à loja depois de confirmado o agendamento pelo serviço.

O uso de máscara nas lojas do cidadão é obrigatória.

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Como vai ser o regresso aos ATL?

A DGS pede que se reforce a higienização dos espaços e dos objetos e que se "acautele a higienização das mãos à entrada e à saída" através do uso de gel desinfetante. E pede também que "as crianças não partilhem brinquedos" se não for possível a desinfeção individual de cada um entre utilizações.

Embora a autoridade de saúde recomende a existência de um espaço específico de isolamento para casos suspeitos de infeção, a diferença entre as diretrizes para as creches e para os ATL está na obrigatoriedade do uso de máscara. Uma vez que as crianças e os jovens que frequentam os ATL são, regra geral, mais velhos, a DGS obriga a que a máscara seja de uso obrigatório a partir dos dez anos — uma obrigatoriedade que se aplica também aos profissionais.

Quanto ao transporte, a nova diretriz recomenda que seja privilegiado "o transporte individual de crianças pelos encarregados de educação ou pessoas por eles designadas".

Mas a DGS admite a possibilidade de os ATL continuarem a efetuar o transporte coletivo de crianças, como já acontecia em condições normais, desde que sejam cumpridas as medidas de prevenção — como a adoção de uma distância de segurança entre as crianças, a redução da lotação da carrinha, a disponibilização de gel desinfetante a bordo e a desinfeção entre viagens.