E se uma sanita permitisse fazer análises à urina antes de efetuar a descarga e inclusivamente poupar 92% de água em comparação com uma sanita tradicional? É a proposta da startup portuguesa Ablute, de Viana do Castelo, apresentada na Web Summit e já conhecida como a sanita inteligente. No entanto, para termos acesso a esta sanita, será necessário que a empresa emergente consiga um financiamento de 800 mil euros para tornar o projeto real e lançá-lo no mercado.
A funcionalidade de fazer análises à urina será a última a ser lançada, apenas em 2023, porque primeiro a sanita inteligente vai ser lançada por outras valências igualmente revolucionárias. Apesar de serem eventos separados, a sustentabilidade tanto está presente na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), como na Web Summit, graças ao projeto da Ablute.
Isto porque o produto apresentado pela startup de Viana do Castelo salva 92% de água por descarga relativamente aos sistemas convencionais — usa uma média de 0,5 litros em vez de 6 litros — e dispensa produtos de limpeza adicionais, uma vez que faz a própria lavagem automática com água quente pressurizada após cada utilização, método que também elimina 99,9% das bactérias.
"As esponjas de casa de banho já não vão ser mais necessárias", refere a Ablute, algo que nos faz querer já uma sanita destas para nunca mais termos de ficar com as mãos a cheirar a lixívia.
E quanto espaço é preciso para tamanha invenção? Quase nenhum. A sanita tem pouco mais de 27 centímetros de profundidade quando fechada e um tamanho ergonómico perfeito para caber em casas de banho minúsculas ou apenas passar despercebida nas mais elegantes. Se não consegue imaginar, deixamos uma imagem que mostra uma sanita semelhante à que tem em casa e a sanita do futuro que abre em três segundos.
Até ao momento, a startup Ablute investiu cerca de 150 mil euros e espera o apoio de mais 800 mil euros para arrancar com a ideia das análises à urina através da tecnologia Lab-on-a-Chip (LOC), cujo objetivo é analisar 14 biomarcadores focados na performance de desporto, na saúde feminina e na longevidade.
"Estamos neste período a cerca de 18 meses a desenvolver os componentes da parte médica para lançar", disse o presidente executivo e um dos fundadores da Ablute, Nuno Marujo, de acordo com o "Diário de Notícias", que cita a agência Lusa. O mesmo acrescenta que a startup já está em "colaboração com um laboratório".