[tu] cá, mas Ela ficou lá. Cerca de 3 quilómetros separam o Ela Canela, em Campo de Ourique, do novo espaço na Rua Marquês Sá da Bandeira, perto de São Sebastião. Distância essa que separa também dois conceitos. A comida saudável, com ingredientes sazonais, biológicos e de produtores locais mantém-se, mas ao [tu] junta-se o foco na alimentação funcional.

"Atenção a ti, à tua dieta, às tuas necessidades, aos teus objetivos, à preocupação personalizada contigo", refere à MAGG Joana Oliveira, uma das proprietárias e chef executiva do Ela Canela, e agora do [tu].

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Joana Oliveira, uma das proprietárias e chef executiva do Ela Canela e do [tu]. créditos: Luís Pereira

O foco está nos objetivos nutricionais de cada cliente, fazendo assim a ponte com o Circle, o ginásio que fica na porta ao lado.

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O Ela Canela surgiu em 2017 e uma das sócias do Circle, Noor Palma, era já cliente habitual. Quando começou a pensar no projeto Circle, soube que queria incluir um espaço com refeições e depressa chegou á conclusão que o espaço de Campo de Ourique se enquadrava nas necessidades do novo ginásio. E assim foi: "Em finais de 2017 chegou o convite e foi a partir daí que desenvolvemos melhor o conceito e aliámos o desporto e a qualidade alimentar", refere Joana e Ricardo, gerente do [tu], acrescenta: "Acreditamos que ambos os espaços conseguem garantir uma melhor qualidade de vida às pessoas".

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créditos: Luís Pereira

Por isso, o [tu] fica também dentro do circulo Circle e encaixa-se na curva da nutrição. Se vai treinar, tem sempre um prato ou um batido pensado para esse propósito, mas também será bem vindo para chegar, sentar e desfrutar de uma das opções do menu tranquilamente.

Quem é que são então os "eus" que podem ir ao [tu]?

"São pessoas que estão numa dieta específica ou procuram um tipo de cozinha funcional para alcançar algum objetivo", diz Ricardo. No Ela Canela os pratos já eram pensados no sentido de equilibrar as proteínas e os hidratos, principalmente no que diz respeito à alimentação vegetariana, mas na cozinha do [tu] esse foco aumentou.

Todas as refeições têm por base macronutrientes (proteína, gordura, hidratos) definidos pelo nutricionista Sérgio Veloso, da MetaClinic, cujas linhas de orientação são aplicadas pela equipa do [tu] nos pratos dos menus (sim, são dois, o que por si só já promete que não sai de barriga vazia, mas já lá iremos).

E em cada época do ano os pratos têm em comum, além de uma apresentação cuidada, cores dignas de uma fotografia sem filtros. "Basicamente a cor do [tu] é o amarelo, que combina com outras cores e formas. A primavera, simbolizada pelo verde, tem ervilhas, favas, etc. O outono é representado pela abóbora. Depois o inverno, mais frio, tem o azul e está representado com o que quiseres [risos]. Pode ser uma couve-flor. Depois temos uma framboesa ou um moranguinho que é o verão", explica Joana.

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Cores do novo espaço [tu]. créditos: Luís Pereira

Como escolher aquilo de que o corpo precisa?

Numa das paredes do [tu] está um menu que sofre alterações todas as semanas e pode ser visto de duas formas: depois de escolher uma base, pode optar pelos ingredientes que vão ao encontro do gostos ou então dos objetivos nutricionais — sejam eles uma alimentação equilibrada, com elevados níveis de proteína ou baixa em hidratos de carbono.

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créditos: Luís Pereira

Há ainda um segundo menu, este já em papel, que no meio de tanta oferta deixa sempre um novo pretexto para voltar e provar uma nova opção. Se prefere algo aconchegante para começar o dia pode optar por umas papas de aveia com aveia integral, banana, chia, sementes de cânhamo e canela (5€) — com uma referência à mãe Ela Canela — ou algo mais consistente para recuperar de um treino pesado no Circle, como a panqueca protein feita com aveia integral, proteína neutra, ovo, banana e iogurte de soja (9,5€).

Para acompanhar as panquecas, pode pedir uma das bebidas sem café como o maca'masala latte com bebida de aveia, maca e mistura de especiarias (3,5€) ou o iced coffee, que combina com o sol que começa a aparecer, e que além de gelo e café, junta canela e hortelã (1,8€).

Se preferir parar para almoçar, há opções como a tosta com pão de fermentação natural, húmus, cogumelos, toscana e za'atar (7€), o hambúrguer com feijão mung, vegetais, farinha de grão, coentros, folhas e pickles (10€) ou ainda uma das opções da parede que está em constante alteração. Imagine esta combinação: puré de batata doce e curcuma, brócolos assados e mix de folhas em marinada cítrica, com ceviche de atum (17€).

Para quem quer pegar e levar pode optar por um crepe feito com ovo e farinha de tapioca, recheado com húmus, folhas e pickles (6,5€) ou um batido prático para seguir caminho depois de um treino (ou simplesmente para repor os níveis de energia depois de uma tarde de trabalho), como o que junta proteína de cacau, bebida de aveia, banana e gengibre (6€), ao qual pode adicionar creatina (1€) para ajudar os músculos na recuperação do treino.

Cada opção do menu, além de indicar os ingredientes, refere para quem é indicado — já que o "tu" pode ser uma pessoa que come peixe e lacticínios, ou um "tu" vegan — e o que é que está a ingerir, desde as calorias à quantidade de hidratos de carbono, que nunca falham porque tudo é medido e pesado ao miligrama, conforme conta Joana.

E o objetivo não é ficar com remorsos porque comeu uma mousse de chocolate negro (4€) com 261 calorias, mas sim que matou a vontade de algo doce de forma mais saudável por ser feita com batata doce, chocolate negro e alfarroba. "Se é saudável? Sim. Se é calórico? Um bocadinho. Aqui as sobremesas são saudáveis na medida em que não usamos açúcar, mas não deixam de ter calorias", esclarece Ricardo.

Calorias à parte, a oferta continua. Ainda nos doces sem culpa há o banana bread com espelta integral, banana, amêndoa e chocolate negro (4€) ou o bolo do dia, neste caso um blondie de citrinos (4€).

O espaço está a funcionar em regime de soft opening até meados de abril.

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Horário: de segunda-feira a sábado entre as 11 e as 16 horas.
Localização: Rua Marquês Sá da Bandeira, 16A, Lisboa.
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