É praticamente impossível gostar de sushi, viver em Lisboa e nunca ter ouvido falar do Yakuza. Há quem visite o espaço asiático da Olivier da Costa todas as semanas, quem o faça numa ocasião especial e aqueles que se têm de ficar pelas várias fotografias nas redes sociais, partilhadas pelos embaixadores dos restaurantes do empresário e chef.
E a não ser que seja completamente desligado do Instagram, é seguro dizer que já deve ter visto várias imagens e fotos do novo Yakuza Lisboa, que abriu portas na passada segunda-feira, 19 de abril — e apostamos que ainda está a salivar.
A MAGG também não resistiu à curiosidade e foi espreitar esta nova meca de sushi, que saiu da sua localização anterior, na Rua das Janelas Verdes, por uma questão prática. "O espaço do Yakuza First Floor, no Príncipe Real, estava em regime de arrendamento, e o senhorio solicitou o fim do contrato. A mudança estava anteriormente decidida, mas esta situação constituiu um acelerador da nossa decisão", explica Olivier à MAGG, que salienta que a mudança para o Hotel Avani, na zona da Avenida da Liberdade, onde antes funcionava o Olivier Avenida, foi um "passo lógico" e um regressar às origens.
"No início de vida, o Yakuza passou por aqui. E também porque o Yakuza Lisboa merecia uma localização de excelência. Estamos no quarteirão mais caro da avenida mais cara de Portugal, uma localização privilegiadíssima", salienta o empresário. No novo espaço, perdeu-se a esplanada, manteve-se o samurai e o sushi bar, e ganhou-se ainda mais sofisticação.
Com um "conceito que se pauta pela exclusividade", tal como refere Olivier, entrar no novo Yakuza Lisboa é impactante. De um primeiro bar, tão apelativo que apesar do seu objetivo ser apenas servir bebidas, já há clientes a pedir para comer a este balcão, passamos para a zona da sala, que se divide em dois ambientes. Um primeiro com mesas impecavelmente decoradas e com a devida privacidade dos clientes do lado, e o do sushi bar, onde para além do balcão, existe uma fila de mesas mais pequenas em paralelo, quase como se as cabines dos diners americanos tivessem ganhado um banho de luxo.
E sim, sabemos que é a segunda vez que falamos de luxo neste artigo, mas é impossível não referir: há luxo para onde quer que se olhe, sem que o mesmo se torne desconfortável ou imponente. Mas está lá, ou não fosse este o maior investimento de Olivier em 25 anos.
A decoração é maravilhosa, o espaço fabuloso e a comida? Bem, a comida continua a ser o melhor do Yakuza, que merece a sua fama como um dos melhores sushis da cidade. E como em equipa que ganha, não se mexe, Olivier explica que foi fiel ao que já funcionava com o seu público. "Decidimos manter a nossa ligação próxima com os clientes habituais, no lugar de procurar conceitos para turistas internacionais", salienta o empresário, apesar de isso não o impedir de incluir uns quantos jogadores novos na equipa — ou melhor dizendo, novidades na carta.
"Por detrás de qualquer prato que crio para os meus restaurantes está o desejo de inovar. Esta carta junta alguns dos sucessos do Yakuza First Floor, como os makizushi e gunkans, mas também o rolo de lavagante e o lombo de merluza no miso, por exemplo", diz Olivier. E nós não resistimos a provar de tudo um pouco.
Abrimos as hostes com dois cocktails, o Okinawa Beach (14€) e o Sugai Sour (14€), ambos frescos, leves e o início perfeito para uma refeição de peixe. Para uma próxima fica por experimentar o Mojito Yakuza (16€), o preferido de Olivier, "sem sombra de dúvida", elege o empresário.
Seguiram-se algumas das novidades da carta, como a salada de lavagante (32€), que mistura o lavagante com manga e abacate, entre outros, tudo envolvido em papel de arroz. Aprovado. Continuamos a refeição com uma seleção de niguiris de uni, toro e caviar (28€) que ainda nos faz salivar passadas 48 horas, com o preguinho Yakuza (22€) — sim, existe um prego no Yakuza com caviar e trufa — e também não resistimos ao lombo de merluza com miso (42€), um prato quente a contrastar com a frescura do sushi que combina na perfeição.
Mas a refeição não ficaria completa sem dois dos melhores pratos, na nossa singela opinião, alguma vez criados por Olivier — e se tivermos de eleger um preferido, soamos o alarme de empate técnico. Por um lado, o clássico tako sakana (14€) continua a arrecadar fãs. Esta reinterpretação do taco mexicano com peixe e guacamole estava melhor do que nunca na noite da visita da MAGG ao Yakuza, e só não vence de forma isolada o primeiro prémio devido à recém-chegada pata de caranguejo real grelhada com molho miso (45€), um prato a não perder, garantimos nós e também o chef.
"É expectável que os pratos inéditos representem uma natural curiosidade extra para os novos clientes do Yakuza. E realmente a pata de caranguejo tem sido muito elogiada e já se tornou um dos best sellers", revela Olivier.
A gula falou mais alto e ainda houve tempo para provar sobremesa, neste caso o Kit Kat Sucesso Garantido (8€), uma mousse feita com o clássico chocolate e com pedacinhos do mesmo. Tão simples, tão maravilhoso.
O novo Yakuza Lisboa junta-se aos outros espaços com a mesma marca já existentes em Cascais, no Porto e também em Albufeira, no Pine Cliffs Resort, na época de verão. Em breve, o conceito Yakuza viaja para Paris, onde Olivier irá inaugurar um novo restaurante. É aí que provamos o mojito, ok?