Assim que a série arranca, já lhe conhecemos o final. "The Americans" foca-se na vida de dois espiões russos cuja união em solo americano não passa de uma mera farsa. Enquanto de dia fingem viver o sonho americano, com filhos e um negócio bem sucedido, é à noite que procuram fragilizar o governo de Ronald Reagan enquanto espiões da antiga União Soviética.
Elizabeth (Keri Russell) e Philip Jennings (Matthew Rhys têm uma vida invejável: uma bonita casa, um carro, dois filhos e uma agência de viagens que lhes dá uma vida desafogada. Mas não é bem assim: na década de 80, em plena Guerra Fria, são na verdade dois espiões russos do KGB — que vivem ao lado de um agente do FBI. Coincidência? Claro que não, já que o agente faz parte do departamento de anti-espionagem americano.
Trata-se, portanto, de uma história ficção que recria parte da história, que faz referência a sentimentos e momentos históricos reais, mostrando aquilo que foi a vida dos agentes soviéticos infiltrados, ao longo de décadas, no país opositor.
Mas o que começa como uma relação fingida entre duas pessoas (e que, aliás, extravasou os limites da ficção ao passar a vida real) depressa se transforma numa ligação mais profunda ao reforçar a dinâmica de uma família destroçada pelos estilhaços da luta por uma causa perdida.
Por beneficiarmos de conhecimento história, quando vemos a série já lhe conhecemos o desfecho que culmina com a dissolução da União Soviética. Sabemos, por isso, que os sonhos, os objetivos de vida e a relações daquelas personagens têm os dias mais do que contados num final que se antevê pouco feliz. E embora saibamos tudo isso, a série não se torna mais fácil de digerir.
Criada por Joe Weisberg, antigo agente da CIA, "The Americans" conta com um total de seis temporadas e, em Portugal, todas elas estão disponíveis no catálogo da Amazon Prime Video depois de terem saído da Netflix.
Do elenco fazem parte nomes como Keidrich Sellati, Holly Taylor, Noah Emmerich, Costa Ronin e Lev Gorn.