O COVID-19 continua a ser um vírus com um comportamento errático, suscitando muitas dúvidas nos médicos e na comunidade científica. E uma das incógnitas mais recentes está-se a passar em Wuhan, na China, a primeira região do mundo a combater o vírus, onde há doentes dados como curados que continuam a testar positivo depois de períodos de tempo tão extensos como 70 dias — e já depois de terem obtido testes negativos.

Mesmo não tendo sintomas, e de não serem conhecidos registos de os doentes possam ter infetado outras pessoas, os testes positivos obrigam a que essas pessoas voltem para o isolamento, num período em que a região chinesa tenta voltar à normalidade.

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Apesar de este período de isolamento poder ser encarado como "excessivo", como afirma o presidente do hospital Jinyintan, onde foram tratados os doentes mais graves com a COVID-19, em declarações à Reuters, citado pelo "Observador", acaba por ser necessário. "É preferível aumentar o isolamento e proteger a população”, acrescenta o médico chinês.

Depois do surgimento de testes positivos em doentes dados como recuperados, os médicos chineses querem que o diagnóstico de cura só seja considerado após três testes negativos ou mais, ao contrário do que se tem feito até à data, em que dois negativos de seguida, com pelo menos 24 horas de diferença entre eles, eram suficientes.

São dezenas de casos de doentes que voltaram a testar positivo nestas condições, tal como escreve o "Observador", citando a agência noticiosa Reuters, o que também levantou a questão de os resultados negativos obtidos antes pelos mesmos doentes serem falsos negativos. O médico  Zhao Yan garantiu que os doentes "não foram novamente infetados", dado que cumpriram totalmente o isolamento e a quarentena, o que só levanta ainda mais dúvidas sobre a doença.