![Os sinais que o corpo lhe dá de que apanhou calor a mais](/assets/img/blank.png)
Depois de junho e julho terem sido meses particularmente amenos, com temperaturas abaixo do que é normal nesta altura do ano, agosto chegou caloroso. Esta quinta-feira, 2, fomos atingidos por uma vaga de calor, que deverá manter-se até segunda-feira, 6. Os termómetros vão rondar os 40 graus em grande parte do território do Continente, em algumas zonas podem ultrapassar os 45 graus.
É mesmo muito calor. Neste momento todo o cuidado é pouco, até porque o facto de ter sido uma mudança brusca de temperatura é particularmente perigoso. “Estamos a viver condições climatéricas sui generis”, alerta o médico de medicina interna Almeida Nunes. “Estamos a assistir a mudanças de temperatura muito extremadas, e isso é mais um fator de risco — não permite ao organismo criar defesas naturais e mecanismos adaptativos a esta situação. Mais cuidado há que ter.”
Há sinais que o nosso corpo nos dá quando apanhamos demasiado calor. É provável que esteja a pensar nas queimaduras solares. A pele vermelha é de facto o sintoma imediato do excesso de exposição solar, podendo transformar-se mais tarde numa queimadura solar. “Este é um efeito local, uma resposta da pele, à exposição solar em excesso”.
“Depois, e provavelmente com maior impacto na vida das pessoas, existem os sinais de ordem geral”, explica o médico de medicina interna. “Aquilo que é vulgarmente conhecido por insolação.” Estes sinais aparecem geralmente mais tarde, algumas horas após o excesso de sol.
— Dor de cabeça;
— Sensação de cansaço e exaustão;
— Vómitos;
— Sensação de tremor de frio;
— Mal-estar geral.
Estes são os sintomas mais ligeiros da exposição solar excessiva. Nestes casos, é essencial manter-se hidratado e escolher locais abrigados do sol, com uma boa ventilação. De acordo com o médico, também pode fazer “um analgésico, um paracetamol, e um Primperan para os vómitos”.
Apesar de parecerem sintomas drásticos, são os mais ligeiros. “O excesso de calor pode alterar o estado de consciência. Isto não é frequente, mas pode acontecer haver uma perda de consciência, um desmaio, ficar confuso, ser incapaz de raciocinar como deve ser.”
E o que fazer nestes casos? “Perante esta situação, não há dúvida nenhuma de que o indivíduo tem de ir imediatamente a uma urgência, porque provavelmente vai ter necessidade de fazer soro.” Houve um esgotamento das reservas hídricas, o que pode originar uma alteração neurológica importante. “Se não for reparada, pode pôr a vida do indivíduo em risco.”
As crianças, idosos e doentes são mais suscetíveis, mas não exclusivamente. “O adulto jovem e saudável não está de maneira nenhuma a cobro de uma situação destas.”