Com o verão cada vez mais perto, a necessidade de algumas pessoas de começar a fazer exercício físico aumenta. Quer seja para se sentir mais confortável num fato de banho cheio de estilo ou para ganhar hábitos mais saudáveis, esta é altura em que os ginásios e as ruas se enchem de pessoas a correr, levantar pesos ou a fazer aulas de grupo, mas há que saber uma coisinha ou duas antes de se aventurar por este mundo - como, por exemplo, o facto de perder peso não ser igual a queimar gordura, e como é que é possível fazer esta queima sem perder músculo.
Quem o afirma é Pedro Medeiros, personal trainer e editor de fitness da conhecida revista “Men’s Health”. “Podes perder peso através da água que transpiras, por exemplo. É o que acontece com muitas pessoas, porque não têm um bom estímulo, não têm um bom treino. Mesmo que as pessoas treinem, se o teu estímulo não é bom, se não tem qualidade, não quer dizer que vais ganhar massa muscular”, começou por dizer o personal trainer à MAGG, explicando que uma alimentação desequilibrada também não ajuda na equação.
“Uma alimentação desequilibrada vai influenciar a energia, por exemplo, e assim vais perder muita massa muscular. A transpiração, a água, é aquilo que vais perder se não tiveres um bom treino, e a gordura vai lá ficar”, explicou. E aquilo que ajuda na perda de gordura é, assim, a boa alimentação.
“Isso compete sempre a um nutricionista. Eles fazem os cálculos, criam um défice calórico. Isto é tudo matemática. Claro que perdendo massa de gordura também se perde um pouco de massa muscular, mas para isso é que se tem o treino”, explicou Pedro Medeiros. E que treino é esse? “Acima de tudo, musculação."
“É o treino mais eficaz, o melhor de todos. Não só em termos metabólicos, em termos hormonais, mas porque um corpo com pouca massa muscular não é um corpo eficiente. Entre uma pessoa muito magra e uma pessoa que tenha sobrepeso, em termos de saúde, não há muita diferença, só o facto de a pessoa com sobrepeso estar mais inflamada. Com isso, ela vai disparar para um burnout, uma depressão, ou doenças metabólicas mais rápido que a pessoa magra. Mas os dois não são saudáveis. A falta de massa muscular não é saudável”, disse o personal trainer.
No entanto, se treinos de musculação não são a sua praia, saiba que as caminhadas e o ioga, por exemplo, podem ser uma ajuda no que toca à perda de gordura. “Numa fase inicial, se uma pessoa é sedentária, se não faz nada, se durante 5, 6 semanas, ou todos os dias, for caminhar meia hora, vai ter bons ganhos. No entanto, isto é só numa fase inicial, porque depois o corpo vai-se adaptar. É, lá está, a progressão. Se o corpo não criar uma progressão de intensidade, vai estagnar. Portanto, as caminhadas podem funcionar, mas a musculação é mesmo mais importante”, frisou Pedro Medeiros.
E é tão importante que é isto que vai fazer com que se evite a perda de massa muscular enquanto se tenta queimar gordura. “É fazer musculação e garantir as necessidades macronutrientes, que é sobretudo massa proteína e hidratos de carbono. Ter combustível para a massa muscular e criar um défice calórico para garantir a queima da massa gorda e não perder músculo”, rematou.