Com a pandemia COVID-19 veio o confinamento e menores níveis de poluição e de carros na cidade. Ao contrário do que acontece na China, em que o trânsito começa a aproximar-se já ao cenário pré-coronavírus, na Europa a vontade é de se manter a calma nas estradas e a limpeza do ar, substituindo-se automóveis por bicicletas e transportes públicos.

É esse o resultado de uma sondagem que mostra que os europeus querem apostar em mudanças na mobilidade urbana, preferindo formas mais limpas de transporte em detrimento de carros a entupirem e poluirem os centros das cidades. A sondagem levada a cabo pela Federação Europeia de Transportes e Meio Ambiente, incluiu 21 grandes cidades (com impacto mais significativo do confinamento na poluição) de seis países europeus, como Espanha, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Bélgica. Integrou entrevistas feitas a 7,545 adultos de várias idades, género e estratos sociais, realizadas pela YouGov.

Nos resultados, ficou claro: 64% das pessoas não deseja voltar ao cenário de poluição pré-pandemia, sendo que 68% é a favor de medidas que proíbam os carros de entrar no centro das cidades. 74% dos inquiridos querem mesmo protecção contra a poluição no ar, mesmo se isso obrigar a apostar mais em bicicletas, transportes públicos e caminhadas a pé. Uma em cada cinco pessoas faz planos para apostar mais em bicicletas e 35% planeia andar mais a pé.

Avenida da Liberdade regista os níveis de poluição mais baixos do século
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Mesmo em contexto de pandemia, os transportes públicos continuam a ser uma preferência dos cidadãos, com a condição de se apostarem em formas de protecção contra o vírus: 54% dos inquiridos planeia voltar a usar esta forma de mobilidade, caso sejam tomadas medidas de higiene. 27% planeiam fazê-lo, independentemente da implementação das novas regras para evitar o contágio.

Os resultados permitem, aos promotores da sondagem, concluir que "as autoridades municipais deveriam proibir carros particulares de combustão e determinar que as frotas públicas e privadas, como táxis, sejam de emissão zero até 2025", cita o jornal "Público". “Modernizar e electrificar a frota de autocarros pode oferecer uma oportunidade ao garantir que as pessoas se sintam seguras e confortáveis. ”