O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) recusou esta quinta-feira, 25 de março, o pedido de repetição do julgamento de Rosa Grilo, condenada pelo homicídio do marido, o triatleta Luís Grilo, a 25 anos de cadeia. Contudo, o processo não está ainda terminado, já que a defesa da viúva planeia apresentar um recurso extraordinário neste mesmo tribunal, colocando ainda a hipótese de um recurso para o Tribunal Constitucional, avança o jornal "Público".
Segundo o acórdão do STJ, a que a agência Lusa teve acesso, os juízes conselheiros decidiram manter as penas máximas de 25 anos tanto para Rosa Grilo como para António Joaquim, ambos acusados pelo homicídio do triatleta que ocorreu em julho de 2018, na casa do casal, em Vila Franca de Xira, escreve a "SIC Notícias"
Na base do pedido de repetição do julgamento está o alegado surgimento de novas provas na casa onde Rosa e Luís Grilo viviam. Estas consistem nos restos de uma bala disparada contra a banheira na casa de banho da residência e dois invólucros de dois projéteis descobertos num guarda-joias e numa gaveta de uma cómoda no quarto do casal, escreve ainda o "Público". A descoberta deu-se em fevereiro de 2020, pouco antes da condenação de Rosa Grilo.
Contudo, também esta quinta-feira tornou-se público que a Polícia Judiciária considera que as provas foram plantadas pela advogada da viúva do triatleta, Tânia Reis, e por um antigo inspetor policial que já cumpriu cadeia por corrupção.
Advogada de Rosa Grilo acusada de três crimes
Tânia Reis, advogada de Rosa Grilo, e João de Sousa, consultor forense, foram assim esta quinta-feira, 25 de março, acusados pelo Ministério Público de três crimes: simulação de crime, posse de arma ilegal e favorecimento pessoal. "Obviamente, não pratiquei qualquer crime. Esta acusação não faz sentido", disse Tânia Reis em declarações ao "Jornal de Notícias".
Segundo a acusação feita, a advogada e o consultor apoderaram-se, "de forma não concretamente apurada", dos dois invólucros provenientes de munições já deflagradas e ainda de dois fragmentos de bala — materiais proveniente da arma de António Joaquim, amante de Rosa Grilo. De acordo com o Ministério Público, escreve ainda o "Público", Tânia Reis e João Sousa "gizaram um plano para alterar o rumo do julgamento" e distribuíram estas provas forjadas pela casa, tendo depois chamado a GNR e a comunicação social para dar conta o sucedido.