Os primeiros três episódios do documentário da Netflix "Harry e Meghan" conseguiram produzir apenas silêncio por parte da família real britânica. Depois de ter negado (e, a posteriori, confirmado) uma tentativa por parte da Netflix de obter uma reação aos três primeiros episódios do formato protagonizado pelos dos duques de Sussex, do palácio de Buckingham não houve nem mais uma palavra.

Mas esta quinta-feira, 15 de dezembro, talvez o cenário mude de figura. Num novo clipe, libertado esta quarta-feira, 14, pela plataforma de streaming, surgem novas acusações, e desta vez mais concretas. "Havia uma espécie de guerra contra a Meghan e vi provas de que havia orientações negativas do palácio contra Harry e Meghan para beneficiar outras pessoas", afirma Jenny Afia, advogada especialista em privacidade, que representa Meghan Markle.

Lucy Fraser, amiga da duquesa de Sussex, alinha pelo mesmo diapasão. "A Meg tornou-se um bode expiatório do palácio. Eles alimentavam a imprensa com histórias, quer elas fossem verdadeiras, quer não, para evitar que outras histórias menos favoráveis fossem divulgadas."

Nos primeiros três episódios, o príncipe Harry abordou a relação de interdependência que a casa real tem, "há mais de 30 anos", com os tabloides britânicos. Agora, Meghan Markle fala sobre a forma como, alegadamente, o seu nome era empurrado para a primeira página dos jornais.

"Víamos como é que as coisas aconteciam. Aparecia uma notícia sobre outra pessoa da família real e eles 'temos de fazer com que isto desapareça!'", diz Meghan Markle. "Existe um espaço na página principal de um site, na primeira página de um jornal, e esse espaço tem de ser preenchido com notícias sobre alguém da família real", acrescenta ainda a ex-atriz.

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"Esta enxurrada de notícias negativas sobre a degradação da relação dela com o pai foi a gota final numa campanha de cobertura noticiosa negativa e nojenta sobre ela", salienta a advogada, referindo-se às notícias que começaram a ser publicadas pouco antes do casamento dos duques de Sussex, em maio de 2018, sobre a alegada rutura entre Meghan, o pai, Thomas Markle, e a meia irmã, Samantha.

Harry e Meghan, que têm dois filhos (Archie, de 3 anos e Lilibet, de 17 meses), abdicaram das suas funções como membros séniores da família real britânica em janeiro de 2020. Mudaram-se para os Estados Unidos nesse ano e vivem desde então na Califórnia.

Depois do documentário, cujos três últimos episódios ficam disponíveis esta quinta-feira, 15, é aguardado com expectativa o lançamento de "Spare", o livro de memórias de Harry, previsto para 10 de janeiro. De acordo com o tabloide britânico "Mirror", o filho mais novo do rei Carlos III irá, nas próximas semanas, conceder uma "entrevista explosiva" a solo a um canal norte-americano.