
Em 2022, o LUKA Bangkok Lisboa - Asian Eatery ocupou o número 89A da Rua Luciano Cordeiro, no Marquês de Pombal. Mas a história deste restaurante pan-asiático começou muito antes. Agora, apresenta sete novos pratos que poderá provar durante o brunch, o almoço ou o jantar.
O chef André Ferreira, que está no projeto desde o começo, inspira-se em comidas caseiras tailandesas, coreanas, indonésias e japonesas e dá-lhes um toque ocidental, moderno e original. "Não pretendemos ser um restaurante tradicional tailandês, preferimos brincar um bocadinho. Procuramos ser mais criativos, dar o nosso toque, que seja uma mistura", clarifica um dos responsáveis, João Borges Gonçalves, sobre este espaço com cerca de 50 lugares.
Os menus executivos de almoço são os mais económicos, já que disponibilizam opções variadas de carne e peixe (15€) ou vegetarianas (14€), com bebidas e café incluídos e sobremesa a um preço especial. "Tentamos trazer novidades a cada três/quatro meses. Usamos os menus executivos para testar. Aqueles pratos de que os clientes gostam mesmo passam a integrar a carta", adianta.
No leque das experiências que acabaram por conquistar quem frequenta o LUKA estão o thai ceviche, com robalo, manga, abacate e leite de tigre thai (14€), o salmão curado em fish sauce, maçã verde, sunomono, aneto, manjericão, hortelã e lima (14€) e o pork neck - Kor Moo Yang, que "está um espetáculo" e que "as pessoas estão a adorar": secretos de porco preto com pó de arroz tostado, nam jim jaew, pepino fresco e lima (18€).
O red miso cheesecake, estilo basco, com crumble e pasta de miso (6,50€) também saiu do banco e conquistou um lugar no plantel principal, assim como o caril verde com filete de robalo na chapa, pak choi, ervilha torta, feijão verde, folha de lima kaffir, manjericão e lima com arroz tailandês (18€) e a abóbora assada com caril massaman, courgette, beringela, cebola, amêndoas, amendoins, pickles e cebola roxa com arroz tailandês (16€).
As novidades ficam completas com o caril panang de entrecôte com pimentos vermelhos, tomate cherry grelhado, amendoins torrados e coco tostado com arroz tailandês (23€). Clássicos adorados como os croquetes de pato à Pequim (14€), a couve-flor crocante com amêndoas torradas (13€) e o Gangnam Style Chicken & Waffle (frango estaladiço com waffle de kimchi, pickles, molho coreano, bacon e ovo estrelado, por 15€) conquistaram um lugar cativo.
O mesmo se aplica ao Khao Soi, um caril do norte da Tailândia com frango grelhado, noodles de ovo, wonton estaladiço e lima (19€), ao Nasi Goreng, um arroz frito com vegetais, ovo estrelado, coentros e lima simples (13€), com coxa de frango (16€), camarão gigante (19€) ou entrecôte 150g (22€) e ao Pad Thai, noodles de arroz, tofu, amendoim, ovo, coentro e lima com camarão gigante (20€), coxa de frango (18€) ou tofu com panko crocante (15€).
"Tentamos que o Pad Thai seja o mais tradicional possível, com muita acidez, tamarindo e muita lima", assegura-nos o responsável. Aqui, até os cocktails exclusivos, como o Mimosa Mandarim (8€), o Beijing Mule (9€) e o Nikita Sour (15€), seguem o conceito "ocidente abraça o oriente".
Na fonética tailandesa, LUKA remete para "convidado". "É um termo que usam para dar as boas-vindas a um convidado", esclarece o responsável. E este espaço com grandes janelas, muita luz natural e uma decoração criativa (onde até Marilyn Monroe incorpora uma deusa tailandesa) quer proporcionar um ambiente descontraído aos convidados.
"A Tailândia é muito famosa por ser acolhedora e receber bem os clientes. É isso que procuramos fazer", reforça João Borges Gonçalves, acrescentando: "Não queremos ser pretensiosos. Queremos que as pessoas se divirtam, saiam satisfeitas. A Tailândia é a terra dos sete sorrisos e a nós compete-nos sacar pelo menos um".
As origens do LUKA
O LUKA é natural da Tailândia. Já o responsável com quem falámos é português. Depois de se formar em Gestão e trabalhar durante anos no setor da banca, quis o destino que alimentasse o "bichinho pela cozinha" que existia desde sempre. "A minha família sempre esteve ligada à restauração. O meu avô era chef", começou por nos contar.
Quando tinha tempo livre, fazia estágios com chefs como José Avillez e Vítor Sobral. Este hobby deixaria de o ser graças a uma amiga, Una Plaude, que o desafiou, por duas vezes, a ir até Banguecoque, apresentar algumas receitas portuguesas. A primeira abriu portas para a segunda, que veio acompanhada por um convite ainda maior.
Entre idas à Ásia, João acabou por se despedir. O receio de estar a viajar desempregado fê-lo hesitar em aceitar novamente a proposta da amiga. "Se estás à procura de trabalho, gostava muito que viesses para Banguecoque gerir o LUKA", ouviu de volta da fundadora do LUKA Bangkok. Assim o fez, entre 2016 e 2019. "Nunca na vida sonhei que a minha vida fosse esta", disse o responsável, cujo percurso passou pelo Belcanto.
Três aberturas na capital tailandesa depois, foi hora de voltar a casa. "Estava a gostar tanto da experiência que até pensei em ficar. Mas conheci lá a minha mulher, que é canadiana, a Cate, e, por acaso, ela recebeu uma proposta para vir trabalhar para Lisboa", relembra João Borges Gonçalves, esclarecendo que trazer o LUKA para Lisboa já estava nos planos.
Juntou-se o útil ao agradável e, em 2020, o projeto começou a dar os primeiros passos. Em plena pandemia, a ideia inicial era a de replicar o conceito tailandês (de 'all day breakfast', das 8 às 19 horas), mas, com o tempo, foram testando coisas diferentes, que culminaram num "menu de almoço mais virado para brunch, mas com pratos típicos tradicionais da Tailândia" e uma "carta de jantar mais refinada e orientada para asiático".