
"Ambos são maníacos por comida, viciados em bares e amantes de restaurantes, e como ainda são muito imaturos para ter filhos, decidiram dar ao mundo o presente da sua hospitalidade genuína abrindo o Gancho - uma taberna simples em Alfama… mas uma taberna do c*ralho". Assim é apresentado o novo projeto de Louise Bourrat e Mark O'lyn.
Reconhece um dos nomes? É nada mais nada menos que a chef executiva e co-proprietária do Boubou's, no Príncipe Real, bem como vencedora do Top Chef França em 2022. Aqui, Louise Bourrat faz-se valer de "uma máquina de pasta old school" e da sua "coleção de livros de receitas francesas e portuguesas dos anos 80".
O Gancho é "uma taberna moderna com boa personalidade", segundo o descreve o proprietário, em conversa com a MAGG. Nasceu do amor entre Louise e Mark, "conectados pela música, um sentido de humor questionável e a certeza absoluta de que a vida é muito curta para más refeições".
Esta taberna contemporânea já estava nos planos, mas apenas no verão encontraram o espaço perfeito. Nos anos 50, era um talho e, mais recentemente, a casa do restaurante Boi-Cavalo. Desde 8 de março que é a morada do Gancho. "Era para ser um soft-opening, mas foi hard, porque muitas pessoas entraram", brinca Mark.
"Estamos a revalorizar o bairro de Alfama, que achamos que está a perder originalidade", adianta o responsável, natural da Sardenha. O casal, com raízes italianas, francesas e portuguesas, propõe twists tanto na comida como nos cocktails servidos.
Prova disso mesmo é o porco preto tonnato, uma reinterpretação do clássico italiano vitello tonnato, mas com porco preto alentejano. Meia dose custa 12€ e uma dose 22€, sendo que todos os pratos principais estão disponíveis nestas duas da quantidades, exceto a pasta "alla zozzona" (15€).
Também há couve coração César (7€/14€), bacalhau à Brás à Fátima (11€/21€) e peixe do dia "à la grenobloise", com preço sob consulta. Para acompanhar, salada (4€) ou batata a murro (5€). Se preferir, pode optar por snacks como azeitonas sicilianas (3€), ostra com "mignonette" (2,50€), pastéis de bacalhau da Fátima (2,50€), ovo bio "mimosa" (2,50€) ou arancini de cabidela (2,50€).
Este último leva frango do campo e é usado como exemplo por Mark, que defende que no Gancho existe uma "seleção de ingredientes de qualidade". "É uma comida de conforto, com um menu inspirado nos clássicos portugueses, franceses e italianos", descreve.
O trio de sobremesas dá-lhe razão: arroz doce (5€), profiteroles ao chocolate (6€) e crème brûlée com CBD (5€). Para beber há vinhos a copo desde 5€, imperial a 2€ ou caneca a 4€ e cocktails feitos por Mark, como o la pie niche haut, com Porto branco, cocchi, sumo de limão e prosecco (10€) e o forte, com tawny port, cognac, xarope com especialistas, bitters e absinto (10€). Se gostar de um bom desafio, pode sempre tentar pedir o "Ullacalabullacalaballabella", com gin, chartreuse, suze e sumo de lima (10€).
A partir das 22h30, quando a cozinha fecha, há música escolhida também por Mark, DJ nas horas vagas. "Por enquanto só servimos jantares, mas temos a ideia de passar a fazer almoços familiares ao domingo", conta à MAGG. O espaço tem 25 lugares, entre eles alguns ao balcão, e umas quantas mesas muito cobiçadas com vista para a cozinha.
"Estamos a cozinhar com o coração e com o nosso toque um bocado irreverente", afirma Mark O'lyn, que vê no Gancho um sonho realizado.