24 anos depois da estreia de “Gladiador”, eis que uma sequela deste sucesso vai chegar aos cinemas ainda este ano, a 14 de novembro. Protagonizado por Paul Mescal, Pedro Pascal e Denzel Washington, esta é uma das produções mais esperadas pelos fãs de cinema, que se apaixonaram pela história do guerreiro Maximus Decimus Meridius há mais de duas décadas, personagem interpretada por Russell Crowe. No entanto, o ator neozelandês podia não ter feito parte deste sucesso. 

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Numa entrevista à Vanity Fair em abril de 2023, Russell Crowe confessou que esteve quase a sair de cena graças às complicações e gravações sem sentido que estavam a querer incorporar no filme. “Eu estava confiante sobre as minhas habilidades como protagonista, aquilo de que eu não estava confiante no ‘Gladiador’ era o mundo todo que estava à minha volta”, começou por dizer. O ator de 60 anos conquistou o Óscar de Melhor Ator em 2001 com este papel, e a produção chegou mesmo a ganhar o de Melhor Filme, mas, se o guião tivesse sido o que estava estipulado, “Gladiador” poderia não ter sido o sucesso que foi.

O centro daquilo que estávamos a fazer era um ótimo conceito, mas o guião era lixo, completamente lixo”, disse, especificando uma cena que o deixou a ponderar se devia continuar a fazer parte do elenco. “Uma das cenas era sobre carruagens, e como certos gladiadores famosos usavam certos tipos de carruagens com patrocínio com produtos como azeite e óleo, e isso, na realidade, era mesmo tudo assim. Mas isso, no filme, não ia atrair os espectadores Eles iam ver e perguntar-se ‘Como assim?’”, explicou. 

“A energia à nossa volta estava muito fraturada. Pensei várias vezes ‘talvez a minha melhor opção seja meter-me num avião e sair daqui”, acrescentou. No entanto, Russell Crowe confessou que foi Ridley Scott, realizador do filme, que também é responsável por “Gladiador 2”, que o convenceu a ficar. “Foram as minhas conversas com Ridley que me deram fé. Ele disse-me uma vez ‘não vamos fazer algo para as câmaras em que tu não acredites’”. Assim, o guião começou a ser alterado.

“Quando começámos o filme tínhamos 21 páginas de guião em que concordávamos. Um guião tem normalmente entre 103 e 110 páginas, portanto tínhamos um longo caminho pela frente. Basicamente utilizámos essas páginas no início do filme”, disse o ator. Com este problema, existiram várias cenas combinadas em cima do joelho e improvisadas, inclusive uma das mais importantes e emocionantes de “Gladiador”. 

“Quando chegámos à segunda localização, que foi Marrocos, tínhamos de começar a apanhar o fio à meada (...). O Ridley queria gravar-me a fazer uma oração, e entre os objetos que estavam na prateleira que o pessoal dos figurinos deixou lá, estavam duas pequenas estatuetas. Eu peguei neles e direcionei a oração para eles, como se fossem a mulher e o filho de Maximus, que morreram. Isso acaba por ficar como uma das grandes cenas desta história, mas foi feita naquela mesma noite”, referiu Russell Crowe. 

As alterações feitas ao guião inicial fizeram com que “Gladiador” se tornasse num dos maiores filmes de sempre, acarinhado por muitos e ainda, 24 anos depois, visto por muitos — e até mesmo Russell Crowe confirma isso. “Fizemos este filme em 1999 e eu aposto dinheiro como algures no mundo, esta noite, ‘Gladiador’ vai estar a dar em horário nobre num canal qualquer”, finalizou.