Custa a crer que passaram já quase dez meses desde que saí de Portugal, com o objetivo de ver concretizado o antigo sonho de viajar pelo mundo durante um ano. Este foi um projeto idealizado durante muito tempo por mim e pelo meu namorado, Nuno, com quem tenho a sorte de estar a viver esta experiência única.

Depois da Tailândia, Vietname, Camboja, Malásia e Indonésia, chego finalmente à Austrália. Este país sempre fez parte do roteiro, contudo, por ser tão distante e desconhecido para mim, parece que nem eu própria acreditava que a viagem fosse, de facto, passar por aqui. A verdade é que viajei de autocaravana pela Costa Oeste da Austrália durante 21 dias. Foram mais de 5 mil quilómetros de estrada, que me levaram até parques naturais inexplorados, paisagens virgens e praias paradisíacas.

Quero, com este texto, partilhar convosco o melhor desta experiência única pela beleza natural do deserto deste país surpreendente. Por estar ainda tão pouco explorada, esta costa da Austrália proporciona uma experiência autêntica e, diria até, selvagem. É imperdível desbravar este paraíso escondido.

Lagoa Hutt

Esta lagoa é também designada de Lago Rosa e fica perto da costa do Oceano Índico.

No local, perguntei o motivo por detrás desta cor imprevisível, e explicaram-me que deve-se à presença de uma alga que liberta betacaroteno (o pigmento natural responsável pelas cores vibrantes que vemos nalgumas frutas e legumes - como o laranja da cenoura).

Já online, encontrei uma outra explicação: é o nível extremamente alto de salinidade que dá à lagoa esta tonalidade incomum. Seja qual for a versão correta, a verdade é que vale a pena presenciar esta obra de arte natural e incomum.

Parque Nacional Kalbarri

Este é um dos mais imperdíveis parques da Austrália Ocidental. Estende-se por mais de 186.000 hectares e localiza-se no curso inferior do Rio Murchison. Proporciona cenários singulares, que resultam de muitos milhões de anos de alterações geológicas.

Aqui é possível fazer vários trilhos ou, simplesmente, passear e contemplar as inúmeras espécies de plantas, a variedade imensa de flores silvestres ou as lindíssimas e infinitas rochas com múltiplas e finas camadas que alternam entre as cores vermelho e branco.

Parque Nacional Francois Peron

É parte integrante da aclamada “Shark Bay”, à qual foi atribuído o título de Património Mundial da UNESCO. O

parque está repleto de costas pitorescas com falésias vermelho ferrugem e praias de areia, ora branca, ora laranja. Estas cores são vibrantes e contrastam com o azul turquesa do mar, onde é possível avistar mantas, tartarugas, tubarões e dugongos (também designados de elefantes marinhos). Esta é uma das regiões selvagens mais relevantes da Austrália, porque abriga várias espécies em vias de extinção.

Destaque ainda para os fogões e mesas de piquenique públicos frente à praia, que convidam a uma experiência ainda mais deliciosa e tranquila.

Exmouth

Este é o nome de uma pequena e acolhedora cidade turística na Costa Oeste da Austrália. Aqui o ambiente é de férias, muito leve e descontraído. Para isso ajuda, não só o bom tempo, mas também o facto de este ser um destino de praia.

Vale a pena caminhar pelo centro da cidade sem pressas e espreitar esta padaria: Ningaloo Bakehouse & Café. É premiada pelas empadas, e eu posso confirmar que são mesmo uma delícia.

Para um jantar rápido e animado, nada melhor do que a cervejaria artesanal Froth Craft Brewery, que serve hambúrgueres suculentos. Os clientes chegam aqui ainda com os fatos de banho molhados e restos de areia nos pés.

O restaurante abre também portas aos animais, por isso, são muitos aqueles que aqui chegam com os seus companheiros de quatro patas.

Parque Marinho de Ningaloo

Exmouth é também porta de entrada para o vizinho Parque Marinho de Ningaloo, que constitui Património Mundial da UNESCO.

Aqui deslumbram tubarões-baleia migratórios, golfinhos, raias, baleias-jubarte, tartarugas, polvos, tubarões de recife, e ainda inúmeras espécies de corais, peixes coloridos e moluscos, entre outros invertebrados marinhos.

De salientar também a beleza da paisagem nesta zona, que em muito se deve à transparência da água do mar. Desfrutar de um passeio de barco neste cenário incrífel é uma experiência imperdível, de absoluta fusão com a natureza. Para isso, recomendo a empresa Three Islands Whale Shark Dive.

Baía Turquesa (Turquoise Bay)

Uma outra forma de mergulhar no Parque Marinho de Ningaloo é através da Baía Turquesa. Esta é, para mim, a melhor praia da Costa Oeste da Austrália.

O areal é imenso, tem uma textura suave e tonalidade branca. Por sua vez, a água é calma (sem ondulação), cristalina e abundante em vida marinha. Como o próprio nome indica, é ainda azul turquesa. Vale a pena passar aqui um dia de praia, e dedicar várias horas a snorkelling.

Bullara Station Stay

Esta foi a primeira vez que viajei de caravana, por isso, foram muitas as aprendizagens.

Fiquei, por exemplo, a saber que os parques de campismo são grande parte da experiência. Na prática, esta dinâmica consiste no aluguer de um espaço de terra, onde a caravana fica estacionada, e onde, portanto, dormimos. Este aluguer custa, em média, vinte e cinco euros por noite, e dá acesso a uma cozinha comunitária e casas-de-banho equipadas.

Com uma ou outra exceção, de uma forma geral, todos os parques me deixaram muito satisfeita e confortável.

Contudo, Bullara Station Stay superou todas as expectativas. Aqui senti-me num verdadeiro cenário de filme de cowboys. Esta é uma quinta enorme, rústica e campestre, com paisagens bonitas, e vida selvagem nativa, da qual fazem parte cangurus.

Os balneários têm duche a céu aberto, ao fim do dia o céu torna-se de cor de laranja, devido ao pôr-do-sol, e à noite enche-se de estrelas, que é possível avistar com muita nitidez. O ambiente é descontraído e muito propício à partilha de experiências com os vizinhos da caravana do lado. Este foi, de longe, o parque de campismo mais especial de toda a viagem.

Parque Nacional Karijini

Quando partilhei com familiares e amigos que ia viajar até à Austrália, muitos disseram-me que o Parque Nacional Karijini era imperdível. Verificou-se o mesmo quando dei início às pesquisas online sobre o mesmo. Quando finalmente aqui cheguei, confirmei com os meus próprios olhos: este é, de facto, um lugar maravilhoso, surpreendente e arrebatador.

O Karijini é um dos maiores parques nacionais da Austrália. Conquista quem o visita, sobretudo, devido aos desfiladeiros de pedras avermelhadas, onde correm pequenos rios com cascatas e poços de água doce cristalina. A erosão esculpiu lentamente esta paisagem deslumbrante, com mais de dois biliões de anos.

São inúmeras as opções de caminhadas por este parque, e muitas delas contemplam estas piscinas naturais de água gelada. As caminhadas que aqui fiz, e que não podia recomendar mais: Hamersley Gorge, Cascatas Fortescue e Fern Pool. Mergulhei em todas e, apesar do frio, voltava a mergulhar de novo. É refrescante nadar nesta paisagem tão natural e bonita.

Agora que já partilhei o melhor desta viagem, vamos à parte “burocrática”? Esta informação será sobretudo útil a quem tenha interesse em fazer uma viagem idêntica.

A caravana que me levou do ponto A ao ponto B

Aluguei a caravana à empresa Travellers Autobarn, que dispõe de várias opções de carrinha.

A que eu aluguei era muito espaçosa, tinha frigorífico, microondas, fogão e veio totalmente equipada com material de cozinha. Tinha ainda uma bilha de gás e um depósito de água de quarenta litros, que fui enchendo ao longo da viagem, nos parques de campismo. São ainda disponibilizados lençóis, almofadas e toalhas de banho. Senti-me sempre confortável, quer nas viagens, quer a dormir.

Esta empresa opera em Perth (Austrália), onde levantei a minha caravana, mas também é possível alugar carros a esta empresa na Nova Zelândia e até nos EUA.

O seguro de viagem (que é imprescindível)

“Mas não tens medo das cobras e aranhas na Austrália?”. “Não receias que seja perigoso conduzir tantos quilómetros durante tantos dias seguidos?”. “Tem cuidado”. Estas foram, possivelmente, as frases que mais ouvi quando partilhei com amigos e família que estava a chegar à Austrália.

A verdade é que viajar pressupõe sempre algum risco, seja em que país for. E, sobretudo numa aventura tão longa como esta, eu jamais ousaria arriscar seguir caminho sem um seguro de viagem.

Optei pelo seguro IATI Mochileiro, da IATI e escolhi este por ser o que mais se adequa ao tipo de viagem que estou a fazer. Neste artigo que escrevi, partilho mais detalhes sobre este tema. A IATI dispõe de dez diferentes tipologias de seguro, a pensar nas diferentes necessidades do consumidor e, através deste link de desconto, é possível comprar qualquer seguro de viagem desta seguradora com 5% de desconto.

Boas viagens e, caso tenha alguma dúvida ou sugestão, não hesite a contactar-me por e-mail ou mesmo pelo Instagram, onde estou também a partilhar sobre esta minha aventura.

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