Tâmara Castelo, especialista em medicina tradicional chinesa e homeopatia e CEO da Clínica Tâmara Castelo, começou a escrever o mais recente livro, "O Poder dos Rituais", antes ainda de se ouvir falar de COVID-19. No entanto, confessa que o lançamento não poderia ter acontecido em melhor altura.

"Acho que este ano deixou claro que as práticas internas diárias contra a ansiedade, insónia, irritabilidade, pensamentos recorrentes e repetitivos são necessárias", afirma à MAGG, referindo que considera que ficou  provado que todos precisamos de trabalhar não só no nosso corpo, como também a mente.

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"Antigamente, ninguém ia ao ginásio e agora toda a gente vai ao ginásio e toda a gente faz exercício. Acho que vai acontecer o mesmo fenómeno relativamente à nossa mente. Agora já começa a ser o momento em que percebemos que precisamos de criar ferramentas internas para controlar as emoções e tornarmo-nos mais felizes e não mais tristes", continua. Ferramentas para o conseguir, é o que a especialista pretende transmitir no livro que acaba de lançar, "O Poder dos Rituais" (editado pela Planeta; 18,50€).

Ao longo de mais de 200 páginas, a autora revela como pequenos rituais diários nos podem ajudar a libertar do stresse, cansaço, ansiedade, noites mal dormidas e, acima de tudo, dos pensamentos tóxicos que muitas vezes fazem parte da nossa vida. "No meu livro vai encontrar exatamente técnicas fáceis e objetivas para ajudar a um esvaziamento mental e, ao mesmo tempo, à recuperação do sistema físico de saúde."

Neste campo, a autora enfatiza o papel que a alimentação tem, uma vez que, não se tratando o stresse de um fenómeno mental, mas sim " fisiológico e bioquímico", o que mexe com as nossas células deriva do que respiramos e comemos. "Não há outra coisa que dê combustível às células e isso significa que podemos controlar perfeitamente a forma como o nosso cortisol, que é uma das hormonas libertadas pelo stresse, atua no nosso corpo. Controlar a alimentação, é controlar grande parte dos seus sistemas metabólicos", explica.

Mas, como nem todos funcionamos da mesma forma, no livro poderá ainda encontrar três tipos de biótipos que o ajudam a perceber quais as técnicas que mais se adaptam às suas necessidades.

A importância dos rituais ao acordar

Muitas vezes, as nossas preocupações centram-se na necessidade de conseguirmos dormir bem para que o dia seguinte seja mais produtivo. Esta não é de todo uma premissa errada, mas Tâmara explica que também ao acordar é essencial adotar alguns hábitos para que consigamos apreciar melhor as horas que se seguem. "De manhã, as pessoas acordam e estão em modo zombie e já começam o dia com a a energia que não é a correta. Quando estamos no início do dia, devemos ter intenções para o dia."

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Mas, afinal, o que são intenções? Tâmara explica que as intenções são a consciencialização de um desejo ou ato, ou seja, um momento que queremos muito que aconteça e no qual depositamos a nossa energia. Além disso, a especialista em medicina tradicional chinesa aconselha ainda a que, ao acordar, façamos uma lista de tarefas que queremos cumprir ao longo do dia.

"Se nós acordamos e ritualizamos o nosso acordar, no sentido de pensarmos o que queremos que seja o nosso dia (o que queremos ou não que aconteça), pomos o nosso cérebro no mindset daquilo que se vai passar. Assim, não estamos apenas a reagir,  mas estamos a agir em consciência e isso faz toda a diferença", realça. Segundo Tâmara, aquilo que acontece quando não programamos a nossa rotina, é nem darmos pelo tempo passar e sentirmos que não estamos a fazer nada por nós porque "não estamos conectados a nada do que estamos a fazer."

Quando dá estes conselhos aos seus pacientes, o feedback que recebe é o de que tanto a felicidade como a qualidade do sono aumentam e há ainda uma redução geral no padrão de ansiedade.

"No momento em que definimos as nossas intenções, sabemos o que queremos do dia e quando chegamos ao fim do dia e concretizamos, há sempre uma sensação de muita felicidade associada. Se nós vamos conquistando pequenas coisas, a autoestima aumenta muito porque, naturalmente, todos gostamos de fazer aquilo a que nos propomos", explica, referindo que a lista pode ser de coisas tão simples como a intenção de beber mais água, praticar exercício físico ou ter uma alimentação melhor. Coisas que, muitas vezes, fazemos de uma forma tão natural que acabamos por não lhes dar o devido valor.

Para o ajudar, a MAGG deixa uma das sugestões de Tâmara Castelo.

Acender uma vela de manhã

Acender uma vela de manhã
créditos: Sandro Silva

O que precisa? 

— 1 vela
— 1 caixa de fósforos
— 1 caneta
— 1 folha de papel pequena

Como fazer? 

Respire fundo e escreva no papel a palavra do dia. Pode ser o objetivo desse dia ou o sentimento que quer quer que o acompanhe durante o dia.

Dobre o papel e repita para dentro três a vezes a palavra que escreveu.

Acenda a vela ao mesmo tempo que pronuncia, para si, a palavra e deixe-se estar a respirar profundamente cerca de 20 segundos.

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