Dissemos adeus a 2021 e entrámos em 2022 com muitos objetivos e resoluções que queremos cumprir até ao virar de um novo ano. Saúde e sucesso estão sempre na lista de desejos e, geralmente, vêm acompanhados com o compromisso de que é este o ano em que vamos praticar mais exercício físico: seja em casa, na rua ou no ginásio.

Tiago Reis Silva, personal trainer há cerca de 16 anos, considera que esta promessa é boa e mostra um grande desejo de mudança para uma vida mais ativa e saudável, mas, infelizmente, segundo o profissional, na maioria das vezes, fica pelo caminho. "O motivo é simples – mudar de hábitos é difícil", afirma.

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A pressa de querer ver resultados e o facto de a motivação não ser a mesma todos os dias faz com que, muitas vezes, as pessoas se percam pelo caminho e passado uns meses já não lutem por este objetivo, refere Tiago Reis Silva. "O ano arranca com uma tomada de consciência e as decisões certas, mas depois é preciso mantê-las", diz à MAGG.

Para isso, Tiago defende que é preciso fazer um planeamento consciente, definir horários e dias de treino tendo em conta a vida pessoal e profissional — e arranjar logo um plano B para, caso não consiga treinar no dia e hora que era suposto, treinar noutra altura. "A pessoa tem de ser realista e definir quantas vezes consegue realmente treinar por semana, para não desmotivar", frisa, aconselhando a que esse plano seja sempre escrito no telemóvel ou numa folha.

Para Inês Abrantes, também personal trainer, o principal erro que as pessoas cometem é começar por definir um objetivo inatingível. "Por exemplo, uma pessoa sedentária que não faz exercício e define o objetivo de começar a treinar todos os dias, será uma mudança drástica de rotina e de estímulo para o corpo que, muito provavelmente, a longo prazo, não será cumprida e levará a sentimentos de frustração e desilusão consigo própria", explica à MAGG.

Inês Abrantes é personal trainer e fundadora da Team Inês Abrantes
créditos: Instagram

Assim, a profissional aconselha a que as pessoas encarem a prática de exercício físico como uma melhoria e não como uma mudança. "Em todas as áreas da nossa vida devemos começar por definir objetivos específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e com um prazo definido. No caso da rotina de treino aplica-se o mesmo", frisa Inês Abrantes.

"O exercício físico é, sem dúvida, um 'medicamento que não vem numa caixa'"

Muitas vezes, o objetivo de praticar mais desporto vem também ligado à vontade de querer perder peso. Inevitavelmente, ambos estão relacionados, mas Inês Abrantes defende que o foco deve estar sempre, e em primeiro lugar, na melhoria da nossa saúde (física e mental). "Sem saúde nada somos e não custa relembrar que o exercício físico é, sem dúvida, um 'medicamento que não vem numa caixa' e podemos e devemos usá-lo de forma preventiva."

Apesar de concordar com este ideal, Tiago Reis Silva acrescenta que há pessoas que precisam mesmo de se focar no objetivo da perda de peso para conseguirem mudar os hábitos. "Muitas pessoas têm aquela frustração de não conseguir mesmo perder peso e essas pessoas só conseguem começar a treinar se ganharem a consciência de que isso vai ajudar a perder peso. Cada caso é um caso, mas todas as pessoas precisam de um clique", refere, acrescentado que são essas diferenças de pessoa para pessoa que fazem com que seja essencial haver um acompanhamento por parte de um profissional para, em conjunto, perceberem aquilo que é melhor para cada caso.

Tiago Reis Silva
créditos: Instagram

"O processo não é linear, há vezes em que a pessoa está motivada e há outras vezes em que não está, e o profissional tem a função de antecipar essas situações para quando o aluno começar a desmotivar ele já estar pronto para agir", diz.

Seja acompanhado por um profissional do exercício físico ou sozinho, o importante é também que, antes de começar a prática, cada pessoa esteja consciente das suas limitações e saiba até onde pode ir. Ainda assim, Inês Abrantes realça que "treinar acompanhado de um personal trainer permite a cada indivíduo atingir os seus resultados mais rapidamente, ao mesmo tempo que se desafia a sair da sua zona de conforto de uma forma bastante mais motivadora".

Se preferir iniciar esta etapa sozinho, a profissional aconselha a que se comece por atividades onde o risco é baixo (principalmente o risco de lesão), como, por exemplo, caminhar ou optar por aulas de grupo onde o investimento é um pouco menor, mas há alguém a guiar o processo.

Para os dias com menos motivação, que é normal que existam, Inês refere que é importante também saber ouvir o corpo e se for preciso, nesse dia, ficar em casa. "Mas é importante não procrastinar e não arranjar todos os dias um motivo para adiar a prática de exercício físico. Na minha opinião o compromisso (seja com um personal trainer ou consigo próprio) é muito mais importante do que a motivação e é o que deve estar sempre em primeiro lugar", remata. "Mais do que motivação, trata-se de disciplina", defende também Tiago Reis Silva.

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