A corrida é um dos exercícios físicos eficazes para quem quer ter um estilo de vida saudável sem gastar muito dinheiro em ginásios ou com equipamentos de treino. É também um desporto muito simples de realizar até porque, na verdade, basta ter um bom par de sapatilhas de treino, idealmente com tecnologia adaptada a esse fim, e conhecer uma zona onde haja um bom piso, para começar a praticar.
Existem vários estudos científicos que comprovam os benefícios da corrida, e há inclusive quem defenda que basta um bom treino por semana para conseguir obter resultados. Um estudo da Universidade Victoria, em Melbourne, na Austrália, concluiu que alguns corredores que o fazem, pelo menos, 50 minutos por semana, têm benefícios em termos de esperança média de vida e que a corrida está associada a menos 30% de probabilidade de vir a morrer de problemas cardiovasculares e 23% menor de risco de morrer com um cancro. A mesma investigação apurou ainda que o facto de correr a uma velocidade menor não tem qualquer implicação na esperança média de vida e que, por isso, não há necessidade de atingir velocidades de atleta olímpico para conseguir tirar benefícios do treino.
Além disso, sabe-se também que é durante a corrida que o organismo liberta mais endorfinas, conhecidas como as hormonas do bem-estar e da felicidade. Em novembro de 2008, investigadores alemães publicaram um estudo na revista “Cerebral Cortex” onde, ao analisarem Tomografias por Emissão de Positrões (PET) de 10 triatletas depois de realizarem um treino, verificaram que ocorreu a libertação de opióides endógenos em determinadas regiões cerebrais, o que vai ao encontro daquilo que já se sabia sobre os estados de euforia que vários corredores descrevem sentir quando terminam uma prova longa.
Sabe-se também que, durante um treino de corrida, o corpo passa por um esforço físico. Durante a corrida, o impacto entre o pé e o solo gera uma onda de choque que é transmitida por todo o corpo, e é esse mesmo excesso de impacto, que tem influência nas articulações e que pode gerar lesões musculares e esqueléticas. Quer isto dizer que, apesar de ser uma experiência libertadora e de, à partida, parecer até um desporto bastante simples, há que manter alguns cuidados de maneira a evitar dores e lesões a longo prazo que, muitas vezes, podem até mesmo ser irreversíveis.
Tal como explica Pedro Almeida, personal trainer, autor do livro “Correr Para Emagrecer” e do site “Treino em Casa”, a corrida não deve significar que vai, necessariamente, ter dores e há que saber escutar o corpo e estar atento aos sinais que este dá para saber quando devemos parar.
“Se tiver alguma dor ou algum desconforto enquanto corre, não ignore”, diz Pedro. “Correr ou fazer exercício físico não deve ser sinónimo de dores. Se a dor persistir ou agravar, pare e procure ajuda especializada.”
Claro que, por outro lado, é normal sentir um ligeiro incómodo quando está a correr, especialmente se tiver começado agora a praticar esta atividade. Tal como explicou Reed Ferber, investigador da Universidade de Calgary, no Canadá, à revista “SELF”, essas dores são uma forma de o corpo se adaptar ao esforço e devem desaparecer passado algum tempo. “Se a dor melhorar ou desaparecer enquanto corre, é bom sinal”, explica o especialista. “Quer dizer que não é uma lesão.”
Ferber continua a explicar que o corpo tem de se adaptar a este nível de esforço ao qual, geralmente, não está habituado. Já Pedro Almeida deixa algumas dicas no seu site para os iniciantes de corrida, que podem, de certa forma, minimizar as dores.
“O início deve ser lento, de preferência com caminhadas”, pode ler-se na página do personal trainer. “Após alguma adaptação, iniciar a execução de passos mais rápidos e em seguida iniciar a corrida. Comece por correr no máximo durante 1 minuto. Em seguida volta para caminhada, descanse bem e volte a correr por mais um minuto. Isto pode ser feito três vezes por semana durante 20 minutos. Após adquirir o hábito e quando a sua condição física estiver melhor, pode aumentar para 30 minutos ou no máximo 45 minutos.”
À MAGG, Pedro explica ainda que, se existirem dores, seja durante a corrida ou na prática de qualquer outro exercício físico, deve procurar perceber de onde é que elas vêm e, por isso, deve procurar ajuda profissional.
“Por um lado, é importante efetuar uma consulta médica no sentido de perceber se o nosso corpo está apto a fazer exercício físico”, aconselha. “Havendo resposta positiva, também é fundamental fazer uma avaliação com um profissional de treino, para que ele possa perceber o estado atual do corpo, as limitações e o histórico desportivo, de maneira a que os objetivos possam ser atingidos de forma saudável.”
Mesmo que já seja um corredor experiente, é comum que apareçam dores, principalmente se está a colocar o corpo em esforço para melhorar o seu ritmo ou a performance. No entanto, há que estar atento às dores e desconforto, até porque há lesões que são comuns a todos os atletas que fazem da corrida o seu desporto de eleição. Segundo a revista norte-americana “Well+Good”, que cita Tyler Nightingale, um fisioterapeuta nova-iorquino, estas são algumas das mais observadas entre os corredores:
— Síndrome de dor patelo-femoral (também conhecido como Joelho de Corredor), que pode causar dores depois de uma longa corrida e até causar inchaço à volta da rótula;
— Tendinopatia no tendão de Aquiles, uma irritação no tendão que pode causar inchaço e dores quando colocado em esforço;
— Síndrome da Banda Iliotibial, que causa dores na zona lateral do joelho, principalmente em corredores de longas distâncias;
— Fasceíte Plantar, uma outra inflamação que corre da planta do pé aos dedos e até mesmo ao calcanhar e pode surgir por falta de força na zona do pé e anca;
Para todas estas dores, existe um motivo que pode estar relacionado com alguns erros que os corredores possam estar a cometer e, por isso, devem ser tidos em conta. No seu site, Pedro Almeida dá exemplos que alguns erros que os corredores, especialmente os principiantes, cometem e que podem, a longo prazo, causar lesões. Exagerar logo nos primeiros treinos por estar motivado, não escutar os sinais do corpo ou não monitorizar os treinos são dos mais comuns, mas há tantos outros que podem ter implicações bem mais graves.
“Um bom corredor não se faz só de treinos especializados”, escreve Pedro. “Combine treinos de corrida com treinos de resistência e força.”
Na mesma página, o personal trainer aconselha a que todos os corredores escolham um calçado adequado a este fim, já que a escolha das sapatilhas erradas pode ter influência na técnica mas também no impacto que os pés sofrem quando tocam no solo. Não devem ser muito altos nem pesados e devem estar largos, já que o pé incha ligeiramente durante os treinos. Além disso, recomenda-se também que escolha um modelo adaptado ao seu tipo de passada, que pode ser neutra, supinada (onde o maior desgaste acontece na parte externa do pé) ou pronada (com desgaste na parte interna do pé).
O treinador recomenda ainda que cada corredor trabalhe bem a parte técnica, já que pode estar a cometer erros básicos como dar passadas demasiado longas ou pousar primeiro o calcanhar, duas situações que podem provocar lesões. Para isto, pode recorrer à ajuda de um profissional especializado em corrida, que dará todas as orientações necessárias para evitar danos a longo prazo.
Quer seja um corredor experiente ou esteja agora a começar a inserir esta modalidade nos seu treinos, não ignore as dores que possa sentir no corpo. Podem ser um sinal de que algo está errado e que deve ser tratado ou corrigido, desde a técnica que aplica durante os treinos, às sapatilhas que está a usar. Correr não tem de ser um sinónimo de dor mas, para isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo lhe dá — porque é dele que depende para conseguir atingir os seus objetivos.
Voltaren Emulgel e Voltaren Emulgelex. Medicamentos contêm diclofenac indicados a partir dos 14 anos, em dores musculares ligeiras a moderadas, inflamação pós-traumática e a partir dos 18 anos em reumatismo degenerativo localizado. Utilizar em pele saudável. Não utilizar na gravidez. Suspender se desenvolver erupção cutânea. Leia atentamente o folheto informativo, em caso de dúvida ou persistência dos sintomas consulte o seu médico ou farmacêutico. Se não melhorar após 7 dias, consulte o médico.
Em caso de suspeita de acontecimento adverso contactar o Departamento de Farmacovigilância da GlaxoSmithKline, telf: +351 21 412 95 00.
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