Mónica Silva, uma mulher grávida da Murtosa, no distrito de Aveiro, está desaparecida há mais de dois meses. E a investigação, que dá Fernando Valente como principal suspeito, estando a ser indicado pelos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e aborto agravado, está convicta de que o ex-companheiro de Mónica Silva plantou provas para baralhar a polícia.

A descoberta de uma mensagem no Facebook, supostamente escrita por Mónica à 3 horas da manhã de 4 de outubro, precisamente a madrugada depois da qual nunca mais foi vista, levanta suspeitas sobre a manipulação de informações para confundir as autoridades, segundo o "Correio da Manhã". "Não me ameaces mais”, teria escrito a desaparecida a um homem a quem deveria dinheiro.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve Fernando Valente, que esteve desde novembro em prisão preventiva – e que, atualmente, se encontra em domiciliária, depois de o Tribunal de Aveiro ter decidido substituir a medida de coação esta sexta-feira, 22 de dezembro. Durante o interrogatório inicial, a PJ contestou a autenticidade da mensagem, sugerindo que poderia ser falsa, levantando a hipótese de que Mónica já poderia não estar viva nessa altura e que Fernando planeou meticulosamente o crime.

Os detalhes da investigação revelam que Fernando desligou seu telefone às 20 horas do dia 3 de outubro, tendo apenas voltado a ligá-lo no dia seguinte. O segundo telefone, utilizado exclusivamente para contactar Mónica, foi ligado às 21 horas, quando Fernando terá chegado à residência da vítima e a levou para a Torreira, segundo convicções das autoridades, citada pela mesma publicação.

Família de Mónica Silva foi alvo de queixa por Fernando Valente. Principal suspeito do caso sentiu-se difamado
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Vestígios de sangue foram encontrados no carro e na casa onde se pensa que o crime tenha sido levado a cabo. Uma dessas recolhas não pertence à grávida, mas confirma-se ser de origem humana. Os resultados dos restantes vestígios ainda não foram divulgados.

Mónica Silva desapareceu a 3 de outubro, na Murtosa, em Aveiro, enquanto se encontrava grávida de sete meses. A mulher terá saído de casa na noite desse mesmo dia, alegando ir ao café e, no regresso, ligou aos filhos (de 11 e 14 anos) a dizer que estava a voltar para casa, algo que nunca chegou a concretizar-se. O seu telemóvel foi desligado no próprio dia, tendo dado sinal 24 horas depois no Alentejo, no concelho de Cuba, onde Fernando Valente tem uma propriedade.

Depois de procurarem pela mulher na ria de Aveiro, nas propriedades e no automóvel do suspeito e num supermercado em construção, foram feitas novas buscas junto a uma moradia da família de Fernando Valente. Agora, Filomena Silva, tia de Mónica Silva, pede que seja feita uma inspeção aos fornos de uma antiga fábrica de cal, localizada no concelho de Ovar, avança a "Ovar News".