Portugal substituiu o estado de contingência por situação de alerta (o mais leve estado de alarme nacional), que entrou em vigor à meia-noite desta segunda-feira, 18 de julho, e vai ficar até às 23h59 de terça-feira, 19. Apesar de o alarme ter sido reduzido, nem todas as proibições caem por terra, uma vez que as temperaturas altas vão continuar a ameaçar e, no momento, há quatro fogos ativos no território nacional.
Pelas 7h desta segunda-feira, um total de 788 operacionais, apoiados por 246 veículos, já combatiam os quatro incêndios ativos — concelhos do Fundão, Covilhã, Chaves e Murça —, segundo indica a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) no site.
Um dos mais preocupantes é o fogo que prolifera em Fatela, no concelho do Fundão, em Castelo Branco, que obrigou à mobilização de um grande e maior número de meios relativamente aos restantes incêndios, segundo a ANEPC. Este incêndio começou às 14h35 deste domingo, 17, e ameaçou várias casas na freguesia de Pêro Viseu e de uma aldeia chamada Vales de Pêro Viseu.
O fogo, descrito pelo o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, como "extraordinariamente grave", levou a que em pouco mais de duas horas ardessem "provavelmente, alguns milhares de hectares, tal era a violência do vento", cita o "Público".
Também preocupante é o incêndio que prolifera nos concelhos de Murça e Vila Pouca de Aguiar, ambos no distrito de Vila Real, uma vez que lavra numa zona “sem acessos”, junto ao rio, segundo fonte da Proteção Civil à agência Lusa, citada pelo "Público".
“Para já, as aldeias estão fora de perigo, mas o incêndio tem sensivelmente entre 12 a 15 quilómetros de frente que está ativa porque não tem acesso, está a arder em direção do rio [Tinhela]. Está de um lado e do outro do rio, em Vila Pouca de Aguiar e em Murça”, disse o segundo-comandante distrital de operações de socorro de Vila Real, Artur Mota.
O fogo, ainda com uma frente ativa esta segunda-feira, começou em Cortinhas no domingo, 17 (quando já outros dois tomavam Chaves, também no distrito de Vila Real), e esta segunda-feira a principal preocupação é a possibilidade de estender-se para Carvas, refere Artur Mota.
Também com uma frente ativa está o incêndio de Bustelo, no concelho de Chaves, pelo que conta com com 169 operacionais e 55 veículos no terreno. Apesar de “as temperaturas baixas e a humidade elevada” terem permitido uma evolução positiva das operações, o Comandante Distrital de Operações de Socorro de Vila Real, Miguel Fonseca, prevê um agravamento da situação.
"A temperatura vai voltar outra vez a subir, criando condições algo difíceis”, disse à agência Lusa, segundo o mesmo jornal.
O que significa a situação de alerta?
Até às 23h59 desta terça-feira, 19, o País está em situação de alerta (prevista na Lei de Bases de Proteção Civil) devido aos incêndios, estado que pode ser prolongado, segundo a ANEPC, conforme o perigo de novas chamas, que pode ou não exigir uma monitorização da situação.
Este alerta é dado quando a previsão meteorológica é favorável a novos incêndios — mais de 80 concelhos de dez distritos de Portugal continental estão esta segunda-feira em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) — e tem como objetivo estabelecer medidas para evitar novos incêndios e mobilizar meios para darem resposta numa altura de elevado risco de incêndios rurais.
Apesar de ser o estado de alerta mais leve, mantêm-se algumas proibições, tal como indica a Proteção Civil no site.
- Proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem;
- Proibição da realização de queimadas e de queimas de sobrantes de exploração;
- Proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados a situações de combate a incêndios rurais;
- Proibição de realização de trabalhos nos demais espaços rurais com recurso a motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal;
- Proibição da utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, independentemente da sua forma de combustão, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas.
No que diz respeito à utilização de máquinas para trabalhos de colheita de culturas agrícolas, são, no entanto, permitidas entre as 6 horas e as 10 horas e entre as 19 horas e as 22 horas.