Alexandre Silva é parte da família Chefs on Fire e, ano após ano, os visitantes do festival gastronómico — que continua a decorrer este sábado e domingo, 9 e 10 de setembro, na Fiartil, no Estoril — já anseiam pelas propostas do chef português do estrelado Loco e do Fogo, espaço focado na cozinha de fogo, tal como a premissa do evento criado por Gonçalo Castel-Branco. E será que o chef sente uma responsabilidade acrescida devido a isso mesmo?

O que é que os chefs vão cozinhar? A que horas toca o Mafama? Há MB Way? Tudo o que precisa de saber sobre o Chefs on Fire
O que é que os chefs vão cozinhar? A que horas toca o Mafama? Há MB Way? Tudo o que precisa de saber sobre o Chefs on Fire
Ver artigo

"Queria não sentir, mas sinto", diz Alexandre Silva em conversa com a MAGG. "Sei que quem vem ao festival e conhece o Fogo vai estar à espera de algo diferente do nosso lado", acrescenta o chef, que este ano foi desafiado por um dos elementos da organização a levar as famosas panelas de ferro do restaurante lisboeta para o recinto do Chefs on Fire.

"O Manuel, que já trabalhou comigo, disse-me 'era fixe levares as panelas de ferro do Fogo' e eu assim fiz", recorda Alexandre Silva, que apresentou um chambão de vaca e cozido de grão fingido no primeiro dia de festival.

Alexandre Silva
Chambão de vaca e cozido de grão fingido créditos: Ana Gordo

"Pensei neste prato porque existem muitos cozidos em Portugal, mas o de grão é especial para mim. É diferente de todos os outros e inspirei-me no cozido para criar esta proposta. E depois quis colocar um produto menos nobre, que é o chambão de vaca, que é a canela, e que muita gente não sabe como é que se cozinha", explica Alexandre Silva.

"O Chefs on Fire é o melhor evento gastronómico do País"

Com a evolução do festival, a fasquia também subiu, e Alexandre Silva está mais que ciente da exigência. "De ano para ano, sente-se uma grande exigência do Chefs on Fire. Nós próprios [chefs], quando somos convidados, pensamos logo no que queremos levar, que queremos isto ou aquilo, e nunca é fácil, porque nunca nos queremos repetir. Mas a exigência vem também daquilo que queremos apresentar", diz o chef.

Ao longo das várias edições, Alexandre Silva já cozinhou com várias matérias primas, mas não esconde as preferências. "Claro que eles dão-nos a proposta: 'olha, este ano tens de fazer carne'. E mais fácil para nós, que nos dedicamos a algo que sabemos bem fazer. Mas queremos fazer sempre algo diferente, melhor do que no ano anterior", refere.

Sobre o festival, o chef acredita que este é um marco incontornável da cultura gastronómica portuguesa. "Acho que o Chefs on Fire é o melhor evento gastronómico do País. Há mais empatia, mais ligação com as pessoas, o elemento fogo que é único. Sou uma pessoa muito simples, muito versátil, e aquilo que estamos a fazer aqui é genuíno, é uma prova de amor para com o festival, para com o Gonçalo, é mesmo uma prova de amor."

"Podia ser na China que eu ia lá e fazia isto com o mesmo carinho que estou a fazer aqui", conclui.

Alexandre Silva é o chef do Loco, com uma estrela Michelin, na Rua dos Navegantes, em Lisboa, e também do Fogo, na Avenida Elias Garcia, em Lisboa.

Chefs on Fire continua este sábado e domingo, na Fiartil, entre as 12h e a 00h. Ainda há bilhetes disponíveis para as duas datas, com o bilhete diário a custar 75€ (inclui 5 doses de comida e 2 bebidas).