Quem olha para a fachada do Valverde Hotel, uma unidade de cinco estrelas em plena Avenida da Liberdade, em Lisboa, não imagina que o clássico espírito das townhouses, tão características em cidades como Londres ou Nova Iorque, se mistura com um verdadeiro oásis de tranquilidade, onde pode mergulhar, ler um livro, conversar com amigos com um cocktail como companhia ou jantar a dois numa das esplanadas mais bonitas de Lisboa.
Apesar de o Valverde não ser um hotel exclusivo para adultos, e as crianças serem muito bem-vindas, a atmosfera é perfeita para um fim de semana a dois, com livros e jantares bem regados à mistura. Com filhos entregues aos avós, o destino é a Avenida da Liberdade, onde nos esperam dois dias de puro descanso para descobrir as renovações do hotel que reabriu em junho de 2021, depois de uma forte renovação.
E o que é que mudou no Valverde desde 2014, ano da sua abertura? Para começar, o tamanho. O hotel aumentou de 22 para 48 quartos e suites, graças à anexação de dois edifícios na Rua de São José. Depois da renovação, a unidade ganhou também uma nova piscina elevada de água aquecida, um bar mais espaçoso e um restaurante fabuloso — que a MAGG já visitou aqui —, onde a chef Carla Sousa tem agora todas as condições para agradar aos clientes com as suas saborosas criações.
Assim que chegamos ao hotel, é difícil não estranhar como é que, passando a porta, conseguimos estar num terraço ao lado de uma das avenidas mais movimentadas da capital e só ouvir silêncio. É justamente nesse terraço que fazemos o autoteste à COVID-19, dado que este é um dos requisitos para fazer check-in (também pode apresentar certificado digital ou comprovativo de teste negativo laboratorial, ou rápido feito na presença de um profissional de saúde).
Com toda a felicidade que um resultado negativo acarreta, temos luz verde para seguir para o quarto — e que quarto, meus caros. Existem várias tipologias no hotel, desde os quartos clássicos às várias suites, e ficámos alojados num deluxe, um quarto espaçoso, com vista para a Rua de São José e uma pequena varanda.
A decoração clássica contrasta com as linhas contemporâneas da casa de banho, com mosaicos que só queríamos levar para casa para fazer um upgrade na nossa. O duche é o autêntico chuveiro "de hotel", com cabeça fixa e móvel, e para além do grande espelho em cima do lavatório, existe um segundo perfeito para maquilhagens precisas, mais aproximado e com luzes LED. Querem melhor cenário para fazer um eyeliner perfeito?
Para além da cama bem espaçosa e confortável, existiram dois detalhes que nos conquistaram no quarto: o prato de cerejas suculentas para dar as boas-vindas e as pequenas luzes nos rodapés do quarto, que se acendem por sensor assim que detetam movimento. À noite, se precisar de se levantar para ir beber água ou à casa de banho, não precisa acender nenhuma luz, correndo o risco de acordar quem dorme, ou ficar com um galo na cabeça por tentar encontrar o caminho às apalpadelas.
No melhor pátio de Lisboa, pode beber um copo ou jantar à luz das estrelas
Não existem muitas dúvidas de que o pátio do Valverde é o grande chamariz desta unidade de cinco estrelas. É lá que pode relaxar com um livro, pedir um cocktail à conversa com amigos antes de ir jantar ou até deliciar-se com as criações da chef Carla Sousa, a responsável pela cozinha do Sítio, o restaurante do hotel (embora existam dez lugares exteriores na varanda do restaurante, os clientes podem sentar-se no pátio, e é-lhes apenas pedido que escolham mesas mais próximas do Sítio para facilitar a logística).
Depois de um copo de vinho no centro do pátio, para termos a totalidade da experiência, transitámos para uma das mesas da varanda do Sítio para um dos momentos mais esperados da estadia: o jantar. É que depois de a MAGG ter tido a oportunidade de provar as criações da chef no almoço de imprensa a assinalar a abertura do restaurante, as nossas papilas gustativas já saltavam de excitação pelo que aí vinha.
Depois do amuse bouche do dia e o couvert (4€) ter chegado à mesa — com pão, tostas, manteigas aromatizadas, azeite e tapenade —, abrimos as hostes com duas entradas: um brisée de azeitona e tinta de choco (13,50€), recheada de queijo taleggio e philadelphia, que tinha tanto de diferente como de saboroso; e o "sushi" serrano (18€), um rolo de presunto, pão e ervas com queijo da Ilha, uma entrada que faz parte da carta de clássicos, snacks que são servidos durante a tarde, mas que, com jeitinho e simpatia, também lhe chegam à mesa do jantar.
Já com o estômago mais aconchegado, seguimos para bingo — perdão, para os pratos principais —com o tagliatelle nero e carabineiro (21,50€) e o maigret de pato (22€). A massa do prato de peixe estava excelente e a combinação improvável com um crocante de tapioca oferece textura, que nos conquista logo à primeira garfada com um suculento molho. Não dizíamos que não a um carabineiro extra, mas damos cinco estrelas a esta sugestão. O prato de carne também cumpre o esperado num maigret de pato, sendo um pouco menos surpreendente do que o tagliatelle nero.
Para terminar com chave de ouro, optamos pelos suspiros de leite creme (10,50€), onde o bolo esponja de canela ganha tanto protagonismo como o suspiro. No entanto, não há amor como o primeiro, e não resistimos a provar mais uma vez as texturas de chocolate (13€), a sobremesa que deixou saudades desde o almoço de imprensa. Mas vá lá, como não adorar uma mousse pralinê com brownie e flor de sal, ganache de cacau e gelado de chocolate branco?
Mas não pense que as delícias gastronómicas se ficam por aqui. Ao pequeno-almoço, também servido no Sítio, há muito por onde escolher. Para além de cestos com pães, croissants e pastelaria, seleção de queijos e charcutaria, vários sumos naturais e ainda bolo caseiro, existe toda uma variedade de ovos — como os Benedict e os Florentine, entre outros — pancetta, torradas, feijão estufado com tomate, fatias douradas e as melhores panquecas de sempre.
Para além das clássicas, servidas com açúcar em pó, existem também de matcha e alfarroba. Altas e fofinhas, só as panquecas justificam que experimente o pequeno-almoço do Valverde, servido entre as 7h30 e as 11h, e também disponível para clientes que não estejam hospedados no hotel, com um custo de 37€ por pessoa.
Depois da renovação, o Valverde Hotel conta com ginásio e sala de tratamentos, onde pode relaxar com várias massagens, entre elas a de relaxamento (80€ para 50 minutos; 120€ para 80 minutos) ou apenas ao pescoço e ombros (5o€ para 30 minutos).
As estadias de uma noite no Valverde Hotel começam nos 230€ para quarto mini, 309€ para tipologia deluxe e partir de 352€ para as suites, estando o pequeno-almoço incluído em qualquer tarifa de alojamento.
A MAGG ficou alojada a convite do Valverde Hotel.