Não são tempos fáceis para a família real britânica. Depois de o rei Carlos III revelar no início do ano que está a lutar contra um cancro e de Kate Middleton ser submetida a uma cirurgia abdominal também no arranque de 2024, as notícias pioraram esta sexta-feira, 22 de março. Após semanas de muita especulação, a princesa de Gales veio colocar um ponto final nos rumores e, numa mensagem emotiva e honesta, revelou ter sido, tal como o sogro, diagnosticada com cancro.
Veja o vídeo.
“Em janeiro, fui submetida a uma grande cirurgia abdominal em Londres e, na altura, pensava-se que a minha doença não era cancerígena. A operação foi bem sucedida, no entanto os exames efetuados após a operação revelaram a presença de cancro. Por isso, a minha equipa médica aconselhou-me a fazer quimioterapia preventiva e estou agora na fase inicial desse tratamento”, partilhou Kate Middleton.
A princesa de Gales revelou que “isto foi um grande choque”. “Eu e William temos feito tudo o que podemos para processar e gerir isto em privado para o bem da nossa jovem família. Como podem imaginar, isto levou tempo. Eu demorei algum tempo a recuperar de uma grande cirurgia para poder começar o meu tratamento. Mas, mais importante, levou-nos tempo a explicar tudo ao George, à Charlotte e ao Louis de uma forma que fosse apropriada para eles, e a assegurar-lhes que eu vou ficar bem”, disse, mencionando os três filhos do casal.
Da cirurgia em janeiro aos tratamentos que já iniciou, entenda o que se passa com Kate Middleton.
1. Qual é o tipo de cancro que foi diagnosticado à princesa de Gales?
Sem revelar o tipo de cancro que lhe foi diagnosticado, uma das hipóteses é que se trate de uma doença do foro gástrico. No entanto, a cirurgiã e especialista em patologias gástricas e do esófago, Alexandra Pupo, revelou em entrevista à SIC Notícias que "habitualmente, no cancro gástrico não se faz quimioterapia preventiva".
"O cancro gástrico é diagnosticado e é estadiado, ou seja, há vários estádios para o cancro gástrico", disse a médica, que realça que o estadiamento — determinação da fase de desenvolvimento de uma doença, em geral maligna, avaliando a sua extensão através de exames específicos como raio X, biópsia, ecografia, TAC, análises, etc. — faz-se "conforme a invasão da parede do estômago e também se há disseminação para os órgãos, quer linfáticos, quer à distância". Apurado o estádio do cancro, Alexandra Pupo refere que é escolhido o tratamento a adotar.
Quanto a esses tratamentos, a especialista aponta que as diretrizes internacionais dos protocolos não recomendam uma quimioterapia preventiva ou profilática. "Nalguns estádios pode-se começar o tratamento por uma cirurgia. Pode ser isso que seja a situação de Kate Middleton", disse à SIC Notícias, salientando que a quimioterapia adjuvante, realizada no pós-operatório e que não é preventiva, faz-se "em situações ou de substadiamento ou porque se encontra, por exemplo, alguns gânglios já com doença".
2. Quimioterapia aponta para um estado avançado da doença?
No vídeo partilhado esta sexta-feira, Kate Middleton assumiu que a quimioterapia que está a fazer é preventiva. E apesar deste tipo de tratamento ser geralmente agressivo, Alexandra Pupo, médica, refere que a quimioterapia pode ser administrada "em estádios que ainda se ainda se consideram curativos da doença".
"Normalmente, os esquemas mais escolhidos são: quimioterapia prévia à intervenção, intervenção e depois quimioterapia, mas pode haver esquemas em que a pessoa é operada e há uma quimioterapia posterior, como pode ser este o caso", disse a especialista em entrevista à SIC Notícias.
Quanto à menção de uma "quimioterapia preventiva", a médica refere que tal pode dever-se a uma qualquer "doença ganglionar ou um estádio superior ao que se pensava antes". No entanto, tratando-se de facto de um cancro gástrico, Alexandra Pupo sublinha esta é sempre "uma doença agressiva com uma sobrevida que nunca é grande". "Mas podemos estar a falar de um estádio ainda de doença curativa, apesar da quimioterapia", disse.
3. Quando é que o cancro foi descoberto?
Na mensagem oficial partilhada pela princesa de Gales nesta sexta-feira, Kate Middleton abordou a cirurgia a que foi submetida no arranque de 2024. “Em janeiro, fui submetida a uma grande cirurgia abdominal em Londres e, na altura, pensava-se que a minha doença não era cancerígena", disse a mulher do príncipe William.
Foi após essa intervenção "bem sucedida", tal como a princesa realçou, que os exames efetuados no pós-operatório reveleram a presença de cancro.
Terá sido então na sequência da operação abdominal que o cancro foi descoberto, sendo que Kate Middleton ficou internada praticamente duas semanas na The London Clinic após o procedimento.
O anúncio público da doença aconteceu a 22 de março, cerca de dois meses depois da operação a que a princesa de Gales foi submetida.
4. Kate vai continuar longe da vida pública?
Não é possível saber se o Palácio de Buckingham planeava eventualmente revelar ao público a condição da princesa ou se terá sido forçado a tal — ou pelo menos a divulgar a notícia mais cedo do que o intencionado. No início do ano, aquando da mensagem que revelava que Kate Middleton tinha sido submetida a uma cirurgia abdominal, a mesma comunicação apontava que a princesa de Gales regressaria ao ativo depois da Páscoa.
Depois do intenso escrutínio sobre o paradeiro de Kate Middleton nas últimas semanas, e revelado o diagnóstico de cancro, não é certo que essa linha temporal de regresso à vida pública seja cumprida. Uma fonte da família real britânica disse à CNN que a princesa de Gales vai adiar este regresso ao trabalho até ter autorização da equipa médica que a acompanha. Isto porque a mulher do príncipe William terá iniciado os tratamentos de quimioterapia no final do mês de fevereiro.