A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, esta quarta-feira, 14 de agosto, a atual epidemia da mpox, conhecida também como “varíola dos macacos”, uma emergência de saúde pública mundial. Em causa está uma nova estirpe da epidemia, “clade 1b”, que foi detetada na República Democrática do Congo, em África, e que se está a propagar rapidamente, pelo que o organismo da ONU decidiu reunir-se de emergência e fazer um alerta de preocupação internacional. 

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"Hoje [quarta-feira], o comité de emergência reuniu-se e informou-me que, na sua opinião, a situação constitui uma emergência de saúde pública de preocupação internacional. Aceitei esse conselho", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado pelo “Jornal de Notícias”. “A OMS está empenhada, nos próximos dias e semanas, em coordenar a resposta global, a trabalhar em estreita colaboração com cada um dos países afetados e aproveitar a nossa presença no terreno, para prevenir a transmissão, tratar as pessoas infetadas e salvar vidas”, acrescentou. 

Até ao momento, e desde o início de 2024, a República Democrática do Congo já registou mais de 14 mil casos da “clade 1b” e quase 500 mortes, sendo que esta epidemia já se espalhou por mais 13 países africanos, incluindo Uganda, Quénia e Ruanda, segundo a CNN Portugal. Tedros Adhanom Ghebreyesus chegou mesmo a dizer que a situação não está “sequer controlada”, uma vez que esta epidemia “não está localizada” por existirem “vários focos de várias variantes", assim como “níveis de risco e meios de transmissão distintos”.

Esta não é a primeira vez que a OMS considera a mpox uma emergência de saúde pública mundial, uma vez que um surto parecido aconteceu no verão de 2022, num estado que durou até maio de 2023. Na altura, a variante que circulava em vários países europeus era a “clade 2”, que foi registada inclusive em Portugal, de acordo com o jornal “Expresso”. No entanto, o diretor da OMS confirmou que a nova estirpe nos países africanos é “mais letal”, e, enquanto que em 2022 a propagação acontecia através do contacto próximo entre humanos, a “clade 1b” poderá estar a acontecer dos animais para os humanos ou pelo consumo de carne contaminada. 

Aquilo que pode ajudar a controlar a situação em África, segundo a CNN Portugal, é a distribuição de vacinas, como aconteceu em 2022. De acordo com Madhu Pai, citado pelo meio português, da escola de saúde global McGill, do Canadá, são precisas, no total, 10 milhões de vacinas para ser possível ficar em cima da situação. No entanto, apenas estão disponíveis 200 mil.