Deixem-me desabafar um pouco e queixar-me de algo completamente acessório e fútil. É um tema que, provavelmente vos vai aborrecer e irritar. Paciência, é para o que estamos hoje.
Diogo Faro participou numa festa com mais de 10 pessoas. Uma foto veio a público. O humorista foi criticado e, depois, pediu desculpas. É só isto? Não, não é só isto.
Depois de ouvir um médico salientar a urgência de uma mudança na estratégia da comunicação, durante esta fase da pandemia, surgiu-me uma ideia que é capaz de funcionar: o UCI Reality.
A TVI decidiu colocar no canto superior direito do ecrã um contador de casos de contágio por COVID-19. Não sei se aguento até ao fim do "Jornal das 8" sem ter um ataque de ansiedade.
Façamos em conjunto uma merecida pausa no fluxo avassalador de notícias sobre a pandemia. Proponho uma reflexão sobre a vida dos solteiros em tempos de confinamento. Parece-vos bem? Vamos a isso.
Contraí o vírus depois de 14 de janeiro e, por causa da burocracia que é o cruzamento de dados neste país, já não posso votar. E isso deixa-me mais irritada que as dores no corpo.
Para as pessoas que não gostam de ir buscar para comer em casa nem apreciam receber estranhos à porta com sacos de comida, eis a solução: filiarem-se no Chega.
A "mágica liberdade do self media", o "crescimento horizontal" e um tal vídeo num iate. Analisei o post de Ruben Rua e acabei a escrever sobre Barack Obama.
Qualquer boa intenção do #VermelhoemBelem é eclipsada por Maria Vieira que encarna Marilyn Monroe e, num momento que nem o mais genial dos guionistas se lembraria de inventar, canta "Happy Birthday, Mr. President".
Quando comecei a rever o artigo que a Ana Luísa Bernardino escreveu sobre o livro de Cristina Ferreira tive de fazer uma pausa para respirar. Senti qualquer coisa que só consigo descrever como náusea, tristeza, deceção.
Após mais uma desistência nesta já caótica edição do "Big Brother", há lições que podemos tirar da desistência de Rui Pedro. Porque um reality show nunca é só um reality show.
Quem se entusiasmou com o "BB2020" está certamente desiludido com "Big Brother - A Revolução". Ainda é possível salvar a nova edição do reality show da TVI? Provavelmente.
Ninguém pode ter certezas sobre o que se passa com o concorrente expulso. Os comentários dos psicólogos da TVI são absolutamente irresponsáveis e assentam numa verdade absoluta que não podem ter. E se isto acabar mal?
Não é um reality show, nem sequer um talent show. Não vai causar polémica nem liderar as audiências. É conduzido por um novato nestas lides e chega à RTP1 a 18 de setembro.
"Pessoas gordas são gordas porque não sabem fechar a boca". "Pessoas gordas merecem estar deprimidas". "Pessoas gordas estão mesmo a pedir para ser gozadas". "Pessoas gordas que são felizes estão a promover a morte."
Uma menina de 10 anos, que engravidou após ter sido violada pelo tio, teve de esperar por uma decisão judicial para que a interrupção voluntária da gravidez fosse autorizada.
Falar sobre as causas que importam é sempre positivo. Mas há casos em que a superficialidade não é proporcional à sua urgência. É que os direitos das mulheres, a sustentabilidade, a quebra de estereótipos em relação ao corpo parecem um crop top: hoje estão na moda, amanhã podem já não estar.
De repente um vídeo a mostrar comida resgatada do lixo tornou-se viral. Mas antes de partilharmos no Instagram, vamos todos fazer uma limpeza ao frigorífico, vamos?
Também eu me considero um estranho tantas vezes empurrado para um lado e para o outro pela turba dos normais, que me exige que seja feliz de acordo com os seus parâmetros de felicidade e normalidade. O efeito é o contrário.
Espantamo-nos, muitas vezes, com atitudes sexistas, racistas ou simplesmente parvas de quem discrimina. Mas se olharmos com atenção, fazemos isso até em coisas tão simples como não aceitar o feitio do outro. O Big Brother mostra-nos isso.