Não é a ridiculizar o seu eleitorado que se combate o Chega. Não é a criar mitos folclóricos sobre quem são os seus apoiantes que se desmonta o vazio ideológico do partido liderado por André Ventura.
Imagine uma época natalícia em que todas as mulheres decidem fazer greve. Greve à compra de presentes, aos convites para a consoada, à preparação de três (ou mais) refeições, à gestão de expectativas e frustrações de famílias inteiras.
A culpa não é deles, é minha. Encaixo na perfeição naquele cliché que os homens portugueses dizem que gostam mas não gostam assim tanto: mais de 35 anos, financeiramente independente e com demasiadas opiniões.
Um concorrente insinua que teve contactos físicos não consentidos com outra concorrente. A produção decide admoestá-lo com uma sanção. O jovem chora, dão-lhe palmadinhas nas costas e a vida segue. Como no mundo real.
Nascida em dezembro de 2019, a minha filha mais nova cresceu numa pandemia e odeia estranhos. A 1 de setembro, começa a creche, e vou passá-la para os braços de uma estranha. E é uma merda.
Dedos amputados por usarem unhas pintadas. Proibição de usarem maquilhagem ou de saírem à rua sem marido ou pai. E a burqa, que pretende reduzir a mulher a um manto com olhos. O que as mulheres afegãs temem com o regresso dos talibãs.
Antes que estreie "And Just Like That", a sequela de "O Sexo e a Cidade", explico-lhe as razões pelas quais, 23 anos depois, Carrie Bradshaw (interpretada por Sarah Jessica Parker) é a pior personagem da série.
Na recta final do mês do Orgulho LGBT, e depois de uma semana em que o tema esteve na agenda mediática, quero contar-vos uma situação que podia ter acontecido no vosso bairro. Tirem as vossas conclusões.
Como é que se prova uma conversa a dois num escritório, uma mão enfiada numa blusa, uma proposta sebosa a troco de trabalho, uma ameaça que mais ninguém ouve?
Já que isto da pandemia está para durar e é o que é, porque é que não havemos de aproveitar e - que raio! - por uma foto no Instagram de cerveja na mão? É que, pensando bem, assim de repente, há coisas bem piores.
Assim que António Costa anunciou a reabertura das escolas para 15 de março, todos os pais do País gritaram de felicidade. Todos não, que há quem esteja sempre pronto a apontar o dedo.
“Então bem vindo à Passadeira Vermelha”, diz jocosamente Carlos Vaz Marques e não estou a acreditar que RAP esteja a comentar um tema que, no panorama geral das coisas, tem uma importância muito, mas muito relativa.
Corria o ano de 1993 e Anabela ganhava o Festival da Canção com "A Cidade (Até Ser Dia)". Em Millstreet, Irlanda, subia ao palco com aquele que é, na minha mente de criança, o vestido mais lindo que vi até hoje.
Em 2020, deixei de consumir qualquer tipo de conteúdo daquela que é a maior plataforma de pornografia online, o Pornhub. Este site tem uma média de 3,5 mil milhões de visitas por mês. Mais do que Netflix, Amazon e Yahoo juntas.
São mais baratas, mais ecológicas, menos tóxicas e bem mais giras. Mas alguém me ajude a passar nesta cadeira, que sinto que vou chumbar a História Contemporânea de Cocó.
Não há tema como a maternidade para nos julgarmos umas às outras. Quanto mais miseráveis estivermos, melhores mães somos. Ou se calhar só precisamos de empatia.
Quem um dia se lembrou de dizer que a gravidez é um estado de graça mentiu. Ou então sou eu que juntei em mim todas as maleitas. Mas vá, admito, quando ele dá uns pontapés até é fixe.
As mães podem cozinhar, limpar, dar banho, ajudar com os estudos e tanto mais, que serão sempre uma mãe. Se o pai faz isto, as mulheres têm tanta sorte. Não, não têm. Tiveram foi discernimento a escolher o parceiro.
Contraí COVID-19. Sou mais uma entre milhares de pessoas que estão a lidar com este vírus caprichoso e imprevisível. Será que isso dá carta branca a desconhecidos de me perguntarem como é fiquei infetada? Não me parece.
Deixem-me desabafar um pouco e queixar-me de algo completamente acessório e fútil. É um tema que, provavelmente vos vai aborrecer e irritar. Paciência, é para o que estamos hoje.